O Arrebol Espírita

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

TRAGÉDIA DE SANTA MARIA - Amor e Justiça Divina.



No início de 1971 éramos 713 naquela colônia espiritual, confinados. Um lugar horrível, com muita fumaça, umidade e cheiro constante de coisa podre, gordurosa. Todos estávamos na condição de prisioneiros. No que se podia divisar dos 3 pavilhões, era semelhante à estrutura do campo de concentração de Birkenau. Em todos nós prevalecia uma atmosfera e comportamento de sofrido remorso. Quando deixei o corpo, foi-me comunicado o número de assassinatos dos quais eu participei diretamente. Assustador! No meu caso eram 237 mil! Vi alguns com números maiores, mais de 500 mil, mas todos estavam vergastados pelo pavor de se saberem tão cruéis, frios, e o pior, conscientes.
Não tínhamos momento de paz, de consolo, de sossego. A penumbra era constante e, de vez em quando, relâmpagos assustadores cortavam o ambiente, trazendo mais frio, e ouviam-se mais e mais gemidos, verdadeiros uivos de dor, de angústia. Quando aparecia a luz era para a exibição de cenas de incrível barbárie, nas câmaras de gás, com seres indefesos, velhos, crianças, mulheres, perecendo naquela situação de extrema covardia. As exibições em telas gigantescas mostravam inacreditáveis quadros e deixavam a todos nós, aterrados, arrasados, pois reavivavam nossa participação. Passei 26 anos terríveis, naquela masmorra, naquele martírio moral. Desde o dia em que chegaram os soldados ucranianos (27 de janeiro de 1945) quando fui metralhada, fiquei neste lugar.
Numa tarde, início de 71 fomos visitados por seres de porte superior, altos, vestidos de azul claro. Eram 9, e viemos a saber depois eram da Gericht Rückzahlung (Corte da Redenção). Nos olharam com atenção, carinho, porém sentíamos no ar a energia e autoridade. Reunidos no espaço comum, o pátio, ouvimos do líder uma inesquecível explicação:
Meus irmãos. Trago-lhes boas novas. Na avaliação feita do nível vibratório emitido coletivamente deste pavilhão, detectou-se um padrão de arrependimento e consciência do mal praticado que permite a todo o grupo algumas melhorias para todos. A partir de hoje vocês receberão visitas de abnegados benfeitores que vão estabelecer junto a vocês, programas e estratégias que lhes permitam a reparação de erros ou de parte deles. Alguns benefícios acessórios virão na medida em que a evolução individual e coletiva for acontecendo. - completou.
A partir da visita daquela Corte, passamos a receber a presença de seres consoladores, generosos, amigos, que traziam para todos um expressivo, desejável, maravilhoso progresso e conforto. Dentre todos os que nos visitavam sobressaía a figura de uma irmã de caridade, Tereza da Cruz (Edith Thereza Stein), uma virtuosa e culta mulher, carinhosa, interessada, que conversava todos os dias conosco, em grupo e individualmente. Todos falamos com ela algumas vezes. Era ela quem mais nos esclarecia sobre alguns aspectos que não entendíamos. Respeitava nossas convicções e limites.
Todos os que estavam internados ali participaram diretamente nos campos de concentração de Auschwitz, e tiveram funções ligadas às câmaras de gás. Eu havia estado por dois anos e meio no Stammlager, uma espécie de centro de controle. Nos últimos anos da guerra ocupei um posto de controle em Birkenau, que era uma câmara de extermínio enorme.
Os mentores nos traziam esclarecimentos sobre os débitos que contraímos no extermínio de seres humanos nas câmaras de gás, e mostravam nossos delitos, mesmo que tivéssemos (devido ao fanatismo que entorpece, cega, elimina sentimentos) a sensação de que estaríamos cumprindo o dever para com a pátria e mesmo para com "Deus". Eu era da igreja luterana e me passavam que aquela era a vontade do Pai. Da consciência dos crimes praticados veio a obstinação em repará-los através de atitudes e de situações. Com a clareza do mal feito veio o arrependimento e um tenebroso remorso, que nos corroía de modo avassalador. Sabíamos e desejávamos que nos fosse possibilitada a forma de nos livrarmos disso.
Com a intervenção de mentores e sobretudo com o acompanhamento de Tereza da Cruz (que foi uma das minhas vítimas da mortandade na câmara de gás do Campo das Bétulas, em 42, pois era de família judia e havia sido presa na Polônia), conseguimos as liberações para nova oportunidade no corpo e estabelecemos planos para a quitação de nossos erros. No início de 1970 já estávamos conseguindo as liberações. Alguns preferiram elaborar soluções individuais ou em pequenos grupos de 3 a 10 pessoas. O grupo a que pertenço decidiu planejar um "pagamento coletivo". Chamávamo-nos "O Grupo de ZyK" , devido ao gás Zyklon-B, o pesticida a base de cianureto, a produzir o letal gás cianídrico, que era colocado por nós nas câmaras mortíferas. Zyk era um total de 344 indivíduos, incluindo alemães, austríacos, homens e mulheres, e também com a participação de 6 judeus polacos (sonderkommando e kapos).Definimos então os detalhes do "acerto" e como seria o encontro: No Brasil, na madrugada de 27 de janeiro de 2013, com a nossa câmara e forno crematório com a placa de Zyk, ao contrário, com a utilização do mesmo gás cianídrico. O mais próximo possível de como era no Birkenau.
Alguns, corajosamente, sentindo-se aptos a isso, decidiram que iriam passar pelo processo e continuar nos corpos. O sofrimento aí é muito maior mas o mérito também. Na decisão do procedimento estabeleceu-se que haveria a impessoalidade, o fatalismo, sem a participação de intencionalidade da prática. Assim, todos os envolvidos sabiam que as causas da "asfixia e cremação" seriam involuntárias, sem que alguém ou alguns tivessem o objetivo em produzir o fato, as mortes portanto. A soma de pequenas negligências, sem intenção criminosa portanto, deflagraria o quadro. Isso permite que se encerre o ciclo de algozes. Conforme sabemos, e principalmente após a orientação dos mentores, coordenados por Tereza da Cruz, a Terra é uma oficina de reparação, um plano de resgate, de acertos de contas, de quitação. É o nosso caso...einer, der mit Eisen schmerzt....quem com ferro fere...
Hoje, dois anos depois (2015) estamos bastante aliviados, com grande parte de nossas contas acertadas. Claro, a dor de mães, pais, irmãos, avós, amigos, nos comove e abala muito. Mas temos também a certeza de que ninguém está desamparado. Tereza da Cruz coordena visita de abnegados seres que levam a estes o consolo, a compreensão, a resignação. Assim sabemos que grandes espíritos como Padre Landell de Moura, Zilda Arns, Chico Xavier, Francisco Waldomiro Lorenz, Karol Woytilla e muitos outros sempre participam de reuniões e encontros extra corpóreos com o propósito em amparar e amenizar a dor de nossos parentes e afins e em nossas reuniões do grupo. TODOS os envolvidos , (ausnahmslos!) nenhuma exceção, estão sempre sendo visitados, orientados. Cada um dos nossos recebeu ou receberá os sinais.
Frieden auch Mitteilungen! (A dor também liberta). Infelizmente essa tem sido a opção escolhida pela maior parte da Humanidade, que insiste em não se emendar. Concordo com a sábia Tereza da Cruz de que "as religiões são todas fascistas, divisionistas, excludentes. Allesamt! É em nome delas e do efêmero poder que continuam essas atrocidades. Haben Sie in den Tugenden, die sie entwickeln, zu glauben, und nicht die Etiketten zu trennen ( pratique as virtudes e creia nelas, não nos rótulos) . A Misericórdia de Deus é infinita, mas é do tamanho de sua Justiça.
Hoje continuo no antigo pavilhão, uma colônia espiritual, na ajuda aos recuperandos. Do grupo de 240 do Zyk aqui ainda estão 86. São os que ainda não se recuperaram completamente, trazendo ainda algumas deformações perispiríticas. Essa situação decorre sobretudo da revolta, da inaceitação de parentes mais próximos, que ainda não permitiram aplicar os bálsamos oferecidos pelos mentores e consoladores, que repito, visitam a todos... todos individualmente. Alguns dos nossos foram para outras colônias junto a parentes e temos notícias de que mais de 90 já estão se preparando para assumir de novo a carne, nascendo nas mesmas famílias que deixaram, como filhos, netos, sobrinhos, adotados, e outros.
Fui designada a dar essa mensagem, através deste sinneskanal (médium) cujos parentes ciganos também foram incinerados por nós, e peço aos pais, irmãos, parentes e amigos dos que fazem parte do grupo que procurem manter a serenidade e a certeza de que Deus não nos desampara. Sugiro que observem os sinais, datas, endereços e locais, porque a cada um dos que sofreram com as perdas será dada uma confirmação efetiva de que foi assim e de que estamos bem. Muitos fatos triviais, filmes, escritos, fotos são inspiradas para explicar isso. Quando por exemplo se assiste a um filme como "O menino do pijama listrado", notam-se muitos de nós. Aquilo é real. Wirklich!
Vielen Dank, und ich bitte Gott, segne und alle zu schützen .(Obrigada, e peço a Deus que abençoe e proteja todos .)

***
Espírito: BERTAH
(Mensagem recebida via psicofônica pelo médium Arael Magnus, em sessão privativa, no dia 27 de janeiro de 2015, na chácara na periferia de Várzea Grande- MT, local onde o canal está desde dezembro se recuperando de doença.)

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

O RETORNO DO APÓSTOLO CHICO XAVIER



Nada temas das coisas que hás de padecer... Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.”
-Apocalipse c2v10-

Quando mergulhou no corpo físico, para o ministério que deveria desenvolver, tudo eram expectativas e promessas.
Aquinhoado com incomum patrimônio de bênçãos, especialmente na área da mediunidade, Mensageiros da Luz prometeram inspirá-lo e ampará-lo durante todo o tempo em que se encontrasse na trajetória física, advertindo-o dos perigos da travessia no mar encapelado das paixões bem como das lutas que deveria travar para alcançar o porto de segurança.
Orfandade, perseguições rudes na infância, solidão e amargura estabeleceram o cerco que lhe poderia ter dificultado o avanço, porém, as providências superiores auxiliaram-no a vencer esses desafios mais rudes e a crescer interiormente no rumo do objetivo de iluminação.
Adversários do ontem que se haviam reencarnado também, crivaram-no de aflições e de crueldade durante toda a existência orgânica, mas ele conseguiu amá-los, jamais devolvendo as mesmas farpas, os espículos e o mal que lhe dirigiam.

Experimentou abandono e descrédito, necessidades de toda ordem, tentações incontáveis que lhe rondaram os passos ameaçando-lhe a integridade moral, mas não cedeu ao dinheiro, ao sexo, às projeções enganosas da sociedade, nem aos sentimentos vis.
Sempre se manteve em clima de harmonia, sintonizado com as Fontes Geradoras da Vida, de onde hauria coragem e forças para não desfalecer.
Trabalhando infatigavelmente, alargou o campo da solidariedade, e acendendo o archote da fé racional que distendia através dos incomuns testemunhos mediúnicos, iluminou vidas que se tornaram faróis e amparo para outras tantas existências.
Nunca se exaltou e jamais se entregou ao desânimo, nem mesmo quando sob o metralhar de perversas acusações, permanecendo fiel ao dever, sem apresentar defesas pessoais, ou justificativas para os seus atos.
Lentamente, pelo exemplo, pela probidade e pelo esforço de herói cristão, sensibilizou o povo e os seus líderes, que passaram a amá-lo, tornou-se parâmetro do comportamento, transformando-se em pessoa de referências para as informações seguras sobre o Mundo Espiritual e os fenômenos da mediunidade.

Sua palavra doce e ungida de bondade sempre soava ensinando, direcionando e encaminhando as pessoas que o buscavam para a senda do Bem.
Em contínuo contato com o seu Anjo tutelar, nunca o decepcionou, extraviando-se na estrada do dever, mantendo disciplina e fidelidade ao compromisso assumido.

A   bandonado por uns e por outros, afetos e amigos, conhecidos ou não, jamais deixou de realizar o seu compromisso para com a Vida, nunca desertando das suas tarefas.

As enfermidades minaram-lhe as energias, mas ele as renovava através da oração e do exercício intérmino da caridade.
A claridade dos olhos diminuiu até quase apagar-se, no entanto a visão interior tornou-se mais poderosa para penetrar nos arcanos da Espiritualidade.
Nunca se escusou a ajudar, mas nunca deu trabalho a ninguém.
Seus silêncios homéricos falaram mais alto do que as discussões perturbadoras e os debates insensatos que acontecia à sua volta e longe dele, sobre a Doutrina que esposava e os seus sublimes ensinamentos.
Tornou-se a maior antena parapsíquica do seu tempo, conseguindo viajar fora do corpo, quando parcialmente desdobrado pelo sono natural, assim como penetrar em mentes e corações para melhor ajudá-los, tanto quanto tornando-se maleável aos Espíritos que o utilizaram por quase setenta e cinco anos de devotamento e de renúncia na mediunidade luminosa.

Por isso mesmo, o seu foi mediunato incomparável.
E ao desencarnar, suave e docemente, permitindo que o corpo se aquietasse, ascendeu nos rumos do Infinito, sendo recebido por Jesus, que o acolheu com a Sua Bondade, asseverando-lhe:

- Descansa, por um pouco, meu filho, a fim de esqueceres as tristezas da Terra e desfrutares das inefáveis alegrias do reino dos Céus.

***
Pelo espírito: JOANNA DE ÂNGELIS
Mensagem psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, no dia 2 de julho de 2002, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador – Bahia.


sábado, 20 de fevereiro de 2016

A RESPOSTA AS "PEDRADAS"


Paulo levou pedradas, Lutero levou pedradas, Kardec levou pedradas, Chico levou pedradas; quem sou Eu, que não passo de uma formiga em suas pegadas, para passar intocável? 

De qualquer forma, o fruto é para ser devorado mesmo, mas ninguém poderá engolir a árvore. Jesus, soberanamente, permanecerá reinando, enquanto que tudo e todos, como eu, passarão!

Isso não é um desabafo ou reclamação, mas apenas uma constatação de que os que me criticam muito tem me ajudado, porque me dizem que preciso melhorar. Essa é a proposta de meu trabalho: O Arrebol Espírita, nada mais é que "O Aprendizado Mútuo".

Alias, tenho até me afeiçoado aos críticos; às vezes sinto que são mais sinceros!



***
(a)  RONALDO COSTA (O Arrebol Espírita)

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

DEPOIS DA SEPARAÇÃO




Mamãe e Papai:

Trazendo-lhes meu coração, como acontece em todos os dias, estou aqui reafirmando nossas preces habituais a Jesus.

Se é possível misturar felicidade com saudade, sinto-me infinitamente feliz.

Nosso amor venceu a morte.

Nossa fé venceu a dor.

Em verdade, qual acontece ao Papai, tenho lágrimas nos olhos, contudo lágrimas de alegria porque nos reencontramos no mundo vasto.

A Bênção Divina marcou as nossas esperanças e chegamos a essa bendita integração espiritual em que nos continuamos uns nos outros.

Pouco a pouco, recupero as recordações de tudo o que a vida relegou para trás.

Nossos laços carinhosos de hoje são flores de abençoada luz que se farão frutos de progresso na Espiritualidade, em futuro próximo; mas, lá no fundo da linha vertical do destino por onde nos elevamos em busca de Deus, jazem as raízes do pretérito ditando as razões da nossa luta de agora.

Não existe problema sem o começo necessário; não existe sofrimento cujas causas não se entrelacem a distância.

Respeitemos a provação que nos separou e louvemo-la pelo tesouro de claridades sublimes que nos trouxe.

Não fosse a noite e jamais saberíamos identificar a glória do dia.

A morte pode ser a morte para muitos; mas para nós foi ressurreição numa era nova.

Dela extraímos a riqueza de uma vida superior que naturalmente nos guia os impulsos de conhecimento ao encontro da Humanidade Maior.

Graças a Deus tenho aprendido algo.

A criança que conheceram sente-se, hoje, companheiro e amigo, devedor insolúvel nas estradas eternas.

A bondade do Senhor, com o carinho que recebo de ambos, operou em mim o milagre de uma compreensão mais enobrecida.

Somos associados de muitas empresas, batalhadores de muitos combates, irmãos de ideal e de alegria, de aflição e de luta em muitas jornadas na Terra...

Quisera que as energias condensadas da carne, por instantes, fugissem à lei que as governa, a fim de revelar-lhes, assim como na luz de um relâmpago, os quadros imensos da retaguarda...

Entretanto, as circunstâncias são a vontade justa do Senhor e devemos respeitá-las.

Por muito se demorem na carne, separa-nos tão somente um breve hoje.

Das sombras que abraçam o pó do mundo, emergimos cantando a felicidade de nossa inalterável comunhão.

Até lá, porém, é imprescindível trabalhemos.

Nossos dias de angústia e de perplexidade passaram, como passaram as primeiras horas de ansiedade em que as nossas notícias mútuas eram como que o único alimento capaz de saciar-nos a alma atormentada...

Agora, temos um campo enorme à frente do coração.

Campo de serviço que em suas mínimas particularidades nos requisita à plantação de novos destinos.

Começa na família e espraia-se, infinito, no território das vidas diferentes que se ligam às nossas por misteriosos elos do espírito.

Não se sintam sozinhos, não sofram, não lastimem...

Estamos juntos hoje quanto ontem, à procura de nossas sublimes realizações.

Compreendo as dificuldades que ainda interferem com os nossos desejos.
Entretanto, rogo-lhes coragem.

Doando nossas disponibilidades espirituais, ao tempo, através da nossa aplicação incessante com o bem, do tempo recebemos a quitação de nossos débitos, porque a Divina Providência nos entrega, por intermédio dele, os trabalhos que precisamos efetuar, a benefício de nossa própria felicidade.

Confiemos no Cristo para que o Cristo confie em nós.

O sonho de solidariedade humana que nos vibra no peito não é uma luz que esteja nascendo, de improviso, no vaso de nossos sentimentos.

Vem de longe, de muito longe...

E, tão grande é a importância de que se reveste, que a dor veio ao nosso encontro, despertando-nos para a divina edificação.

Saciedade no mundo é prejuízo de nossa alma.

É por isso que Jesus preferiu o madeiro do sacrifício, com a incompreensão dos homens e com a sede de amor.

Rejubilemo-nos no calvário de nossa paixão por maiores luzes.

A subida é áspera para quem deseja o ar puro dos cimos.

Continuemos caminhando sob a inspiração do nosso Divino Mestre.

É tudo o que podemos fazer de melhor.

De nós mesmos, atentos à insegurança de nossas aquisições, nosso passo seria vacilante entre a luz e a sombra, entre o bem e o mal...

Com Cristo, porém, cessam as dúvidas.

O sacrifício de nossos desejos aos desígnios do Céu é a chave de nossa felicidade real.

Mamãe, à vovó envio o meu pensamento muito carinhoso, com lembranças a todos de casa.

Envolvendo-os assim, em meu coração e em meu carinho, beija-lhes as mãos entrelaçadas com as minhas o filho saudoso e reconhecido que, em cada dia, lhes segue afetuosamente os passos.


***
Espírito: Carlos Augusto
Médium: Chico Xavier



(a)  
RONALDO COSTA (O Arrebol Espírita)

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

O TESTAMENTO DE UM MENDIGO



Agora, no fim da vida Como mendigo que sou, Me sinto preocupado,

Intrigado e num momento Me pergunto, embaraçado, Se faço ou não
testamento. .
Não tendo, como não tenho E nunca tive ninguém, Pra quem é que eu vou
deixar Tudo o que eu tenho: os meus bens?
Pra quem é que vou deixar, Se fizer um testamento, Minhas calças
remendadas, O meu céu, minhas estrelas, Que não me canso de vê-las
Quando ao relento deitado Deixo o olhar perdido, Distante, no
firmamento?
Se eu fizer um testamento Pra quem é que vou deixar Minha camisa
rasgada, As águas dos rios, dos lagos, Águas correntes, paradas, Onde
às vezes tomo banho?
No entanto, esse mover é persistente, forte e profundo.! Pra quem é
que vou deixar, Se fizer um testamento, Vaga-lumes que em rebanhos
Cercam meu corpo de noite, Quando o verão é chegado?
Se eu fizer um testamento Pra quem vou deixar, Mendigo assim como sou,
Todo o ouro que me dá O sol que vejo nascer Quando acordo na alvorada?
O sol que seca meu corpo Que o orvalho da madrugada Com sua carícia
molhou?
Pra quem é que vou deixar, Se fizer um testamento, Os meus bandos de
pardais, Que ao entardecer, nas árvores, Brincando de esconde-esconde,
Procuram se divertir? Pra quem é que eu vou deixar Estas folhas de
jornais Que uso para me cobrir?
Se eu fizer um testamento Pra quem é que eu vou deixar Meu chapéu todo
amassado Onde escuto o tilintar Das moedas que me dão, Os que têm a
alma boa, Os que têm bom coração?
E antes que a vida me largue, Pra quem é que eu vou deixar O grande
estoque que tenho Das palavras "Deus lhe pague"?
Pra quem é que eu vou deixar, Se fizer um testamento, Todas as folhas
de outono Que trazidas pelo vento Vêm meus pés atapetar?
Se eu fizer um testamento Pra quem é que vou deixar Minhas sandálias
furadas, Que pisaram mil caminhos, Cheias dos pós das estradas,
Estradas por onde andei Em andanças vagabundas? Pra quem é que eu vou
deixar Minhas saudades profundas Dos sonhos que não sonhei?
Pra quem eu vou deixar, Se fizer um testamento, Os bancos dos meus
jardins, Onde durmo e onde acordo Entre rosas e jasmins? Pra quem é
que vou deixar, Todos os raios de luar Que beijam minhas mãos Quando
num canto de rua Eu as ergo em oração?
Se eu fizer um testamento Pra quem é que vou deixar Meu cajado, meu
farnel, e a marca deste beijo Que uma criança deixou Em meu rosto
perguntando se eu era Papai Noel?
Pra quem é que eu vou deixar, Se fizer um testamento, Este pedaço de
trapo Que no lixo eu encontrei que transformei em lenço Para enxugar
minhas lágrimas quando fingi que chorei?
Se eu fizer um testamento... Testamento não farei! Sem nenhum papel
passado, Que papéis eu não ligo, Agora estou resolvido: O que tenho
deixarei, Na situação em que estou, Pra qualquer outro mendigo,
Rogando a Deus que o faça, Depois que eu tiver morrido, Ser tão feliz
quanto eu sou.


***
Fonte: Revista “Universo Espírita” n. 04, p. 15,
Ed. hmp. (Teria sido feito por um mendigo. Ele não tinha nada material
para transmitir a alguém, mas sentiu-se feliz em deixar muitas coisas
que o dinheiro não compra.)



(a)  RONALDO COSTA (O Arrebol Espírita)

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

CRISTIANISMO - História das Religiões (parte V)



A despeito das origens campestre de Jesus na palestina – no século I, a Galileia era conhecida por sua riqueza agrícola -, o cristianismo primitivo foi um fenômeno urbano. Por volta do ano 100, já havia mais de 40 comunidades cristãs estabelecidas em cidades na bacia do mar Mediterrâneo, graças sobre tudo as viagens do apóstolo Paulo, que percorreu 16 mil quilômetros propagando pessoalmente a notícia do cristianismo. Dois milênios de esforços missionários deram frutos. Hoje, um terço da população do planeta professa a fé cristã.
A distribuição geográfica dos três ramos da religião – ortodoxia oriental, catolicismo romano e protestantismo – revela o caráter intercontinental do cristianismo. Expressões peculiares da fé cristã têm emergidos em países marcados por grandes desigualdades sociais, em fenômenos que serve para expandir mais o seu já vasto alcance global

***
Fonte: National Geographic Brasil (agosto de 2005)


JUDAÍSMO - História das Religiões (parte IV)





Segundo o Gênesis, o primeiro livro das antigas escrituras judaicas, a vida humana teve início num jardim que se situava na confluência de quatro rios, dois dos quais continuam a correr por terras conhecidas hoje. O povo judeu vê em Adão e Eva, que deus colocou nesse jardim, seus antepassados remotos. Com isso, filia-se a civilização suméria, que se desenvolveu nas terras do Oriente Médio. O rol de nomes do Gênesis culmina em Abraão, cuja existência marca o primeiro passo das três grandes religiões monoteístas do mundo: judaísmo, cristianismo e islamismo. Os judeus praticam ritos e guardam solenidades dos tempos de Abraão. Depois de séculos de diáspora, reuniram-se num Estado soberano, Israel, na terra ancestral em que preservam as ruínas mais significativas de sua história – como o Muro das Lamentações, em Jerusalém. Onde reúnem-se para orar.
Hoje, contabilizam-se 13 milhões de judeus no mundo, 4,08 milhões deles em Israel. 


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Fonte: National Geographic Brasil (agosto de 2005)




(a)  RONALDO COSTA (O Arrebol Espírita)

ISLAMISMO - História das Religiões (parte III)



Quase 20% da população mundial pratica a religião nascida com o profeta Maomé no século VI, na Arábia. Onde quer que se fixem, os muçulmanos devem observar os preceitos e os rituais estabelecidos no Alcorão, seu livro sagrado, cumprindo as obrigações de sua religião, originária do deserto, mesmo em ambientes urbanos.
Quando não há lugar nas mesquitas, os muçulmanos prostram-se na rua ou em qualquer lugar possível.
O islamismo é hoje uma fé viva, a senda em números de seguidores e a que mais rapidamente se expande no mundo – não apenas nas 56 nações muçulmanas, mas também na Europa e nas Américas.
Sobre tudo, após os ataques de 11 de setembro de 2001, seus seguidores, porém, enfrentam o desafio de desvincular a mensagem original da religião da minoria de extremistas que enveredou pela via do terrorismo, tentando usar a fé para legitimar suas ações.

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Fonte: National Geographic Brasil (agosto de 2005)





(a)  RONALDO COSTA (O Arrebol Espírita)

HINDUÍSMO - História das Religiões (parte II)




Desde tempos imemoriais, os hindus veneram o Ganges como o mais sagrado dos rios. Às margens dele, nas escadarias de Varanasi, são dispostas dezenas de piras crematórias, prontas para enviar os mortos para a próxima vida.

“Ele tem sido um símbolo da civilização milenar da Índia,
perpetuamente mudando, perpetuamente correndo e, contudo, sempre o mesmo Ganges.” - E screveu o ex-primeiro do país Jawaharlal Nehru.

O rio era um dos limites do território ocupado pelo povo ariano, cujos modo de vida e sabedoria estão descritos nos Veda, coletânea de hinos e recitações que é considerada a primeira escritura sagrada da história – e fonte da religião hinduísta.
Os Veda, que têm origem estimada em 1200 a.C., revelam verdades eternas dos milhões de hindus, que se concentram principalmente na Índia, onde a religião hoje evoca preocupações ambientais. Apenas em Veranasi, são feitas cerca de 40 mil cremações por ano, o que provoca grande demanda por madeira.

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Fonte: National Geographic Brasil (agosto de 2005)




(a)  RONALDO COSTA (O Arrebol Espírita)

BUDISMO - História das Religiões (parte I)




No século 5 a.C., em algum lugar nos montes ao sul do Himalaia, nasceu um filho de Mayadevi, mulher de um rei da casta guerreira dos xátrias. A criança, cresceu cheia de regalias. Um dia, já adulto, o príncipe enfim conheceu a vida além dos muros de seu palácio – e descobriu a existência da dor. 
Sidarta passou a ponderar a natureza do mundo e seu lugar nele, até decidir partir rumo à planície do rio Ganges, vivendo de esmolas entre ascetas errantes. Adotou o nome de Gautama e, certa noite, sob uma figueira às margens do rio Nairanjana, recolheu-se para meditar. Dessa meditação ao luar floresceu a quarta maior religião organizada do mundo, professada por quase 375 milhões de pessoas.
A doutrina de Buda baseia-se na ideia de que, sim, há sofrimento no mundo, mas ele tem uma causa e há um caminho pelo qual podemos eliminá-lo, por meio das práticas de meditação e oração. Para isso, os budistas às vezes recorrem apenas a um moinho de orações e a um rosário.

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Fonte: National Geographic Brasil
http://viajeaqui.abril.com.br/national-geographic



(a)  RONALDO COSTA (O Arrebol Espírita)