O Arrebol Espírita

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

EXAME DE VIRTUDE




Narra-nos um episódio autêntico que certo orientador do mundo israelita enviou um discípulo, que se notabilizara na interpretação dos Profetas, para determinada cidade, cujos habitantes se chafurdavam em vícios e enfermidades de toda espécie, com a recomendação de prestar-lhes concurso ativo.

Dois lustros correram, e porque as notícias do burgo fossem cada vez mais inquietantes, o guia do povo chamou o enviado, que compareceu, em atitude hierática, mostrando, na túnica lirial e no semblante mortificado de jejuns, a rigorosa observância da Lei.

Às primeiras interpelações ouvidas, respondeu, em tom grave:

- Mestre, para dar exemplo de virtude, retirei-me para o campo, onde todos sabem que existo.

-Compreendo – disse o mentor -, a solidão é necessária para que o pensamento se refaça com a inspiração divina; contudo, sem ligação com as criaturas humanas, é impraticável qualquer obra de auxílio.

E o entendimento continuou:

- Para não errar, vivo em completo mutismo, no fervor da oração.

- Medida essencialmente importante, mas, ainda que tenhamos de aprender em duras experiências, é preciso falar para que o bem seja feito.

- Expondo a pureza dos meus sentimentos, visto-me exclusivamente de branco...

- Costume honroso; no entanto, isso não deve impedir que nossa roupa se enodoe no trabalho de ajuda aos outros, para ser novamente lavada em momento oportuno.

Minhas refeições são apenas de ervas.

- Hábito excelente; contudo, para trazer o corpo em condições de servir, é importante não desertar dos sistemas da alimentação comum, embora seja nossa obrigação garantir a
simplicidade e fugir aos desregramentos, usando a carne, o leite, os ovos, as folhas, os frutos e as raízes dos animais e das plantas, tão somente na quota indispensável à manutenção da existência.

- Durmo sem qualquer agasalho, fustigando as tendências inferiores...

- Louvável propósito, mas, na preservação da saúde orgânica, é justo repousar, nos moldes em que os outros descansam, a fim de que a vida no corpo nos ofereça rendimento para o melhor.

- Faço, porém, muito mais... Tenho o leito eriçado de pregos, castigando a volúpia da carne...

- Nobre intento, sem dúvida... Entretanto, vale mais combater a nós mesmos, na prestação de serviço ao próximo, para que a nossa luta não seja vã...

Silenciando o pupilo, indagou o chefe:

- E a tarefa de que te incumbiste?

- Mestre – replicou o mensageiro, desapontado -, sinceramente devo dizer que os cuidados na apresentação da virtude me tomam o tempo todo...

Nisso, belo cavalo de alvo pêlo entrou no átrio da casa, conduzindo pobre ferido, cujas últimas energias o deserto esgotara...

O velho orientador comandou as providências iniciais de socorro e, trazendo o discípulo à frente do soberbo animal que escavava o solo, falou com bondade:

- Pois olha, meu filho, este cavalo igualmente mora no retiro da Natureza, não se expressa em linguagem humana, veste-se todo em cabelos cor de neve, come apenas a erva do chão, dorme ao relento, é calçado de cravos perfurantes e não passa de um cavalo... Mesmo assim, é o companheiro dos viajantes fatigados e, ainda agora, acaba de arrebatar um mercador prestimoso à sepultura de areia...

Em seguida, demandou o interior para confortar o recém-chegado, deixando o aprendiz a meditar quanto à vontade da virtude vazia.

***
Espírito: Irmão 'X (Poeta: Humberto de Campos)
Médium: Chico Xavier
Livro: Contos Desta e Doutra Vida


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PROTEÇÃO DA VIDA SUPERIOR



Há mais de um século, conforme se depreende da Questão n° 441 de "O Livro dos Espíritos"  Inquiriu Allan Kardec dos mentores desencarnados que lhe presidiam a obra: "Qual a missão do Espírito protetor" e o esclarecimento veio claro: " a de um pai com relação aos filhos; a de guiar o seu protegido pela senda do bem, auxiliá-lo com seu conselhos, consolá-los nas sua aflições, levantar-lhe o ânimo nas provas da vida".

Tracemos reduzidas anotações aos cinco pontos enunciados:

Um pai consagra-se aos filhos, durante a existência terrestre, pavimentando-lhes o caminho com todas as facilidades que o amor lhe possibilite, entretanto, não consegue exonerá-los das tribulações, referentes às dividas contraídas por eles,em passadas reencarnações.

Determinado educador abraçará generosamente o compromisso de orientar alguém, nas trilhas da virtude, contudo, o aprendiz traz a consciência livre para aceitar ou não as indicações que se lhe sugere.

O amigo ampara a outro amigo, administrando-lhe avisos oportunos, todavia, é provável que o beneficiário não os admita resolvendo tomar experiências difíceis, à própria conta.

Devotado companheiro dispensar-nos-á reconforto nas aflições, mas se está consciente do respeito à justiça, não intentará suprimi-las, na certeza de que as recebemos da vida por inevitável necessidade.

Compassivo irmão dar-nos-á coragem para vencer nos transe de rudes provas, no entanto, se realmente nos deseja felicidade, procederá conosco, à maneira do professor que instrui o discípulo, nas dificuldades do ensino, sem furtar-lhe os méritos da lição.

Longe de nos classificarmos por espíritos protetores, de vez que somos simples e imperfeitos servidores de todos aqueles que ainda sofrem o esmeril das lutas humanas, compreendemos as dores e os constrangimentos de quantos imploram socorro e exceção, em nossas casas de fé, mas a clareza doutrinária recomenda se proclame que o Evangelho não promete gratificações do mundo e que o Espiritismo não anuncia vantagens materiais, no que concerne à ilusão.
Nós todos, espíritos vinculados ainda à Terra, estamos evoluindo e resgatando, aprendendo e edificando, no burilamento da lama.

Estendamos mãos fraternas, amparando-nos mutuamente.

Reconheçamos, porém, que progresso reclama esforço, quitação pede reajuste, estudo exige atenção e trabalho roga suor.

***
Espírito: Emmanuel
Médium: Chico Xavier
Livro: Ideal Espírita



(a) Ronaldo Costa (O Arrebol Espírita)
https://www.facebook.com/arrebolespirita

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NA ASCENSÃO

Poderás, em verdade,
Exercer facilmente
O nobre auxílio aos outros.
Não te custa sorrir
Para os filhos da dor
Que choram desolados
Quando brilha a alegria
No caminho em que avanças.
Não te pesa entregar
A quem sofre com fome
Quanto te sobra à mesa
Na graça da abastança.

Não te pesa o consolo
Quando a calma te ajuda,
Nem te fere amparar
A quem geme na sombra
Quando há sol em teu peito,
Sob as bênçãos do céu...
Mas o auxílio a ti mesmo
Nas chagas da amargura,
Pelo santo remédio
Da humildade e da paz,
É sempre o sacrifício
E a renúncia em ação.

Se desejas, portanto,
Redimir a ti próprio,
Se procuras, na vida,
O socorro a ti mesmo,
Aprende a caminhar
Sob a cruz do dever,
Aceitando na dor
O bálsamo divino...

Se pretendes subir
Ao calvário da glória,
Procurando com Cristo
A Eterna redenção,
Recebe em cada golpe
Da jornada terrestre,
O generoso impulso
Da vida que te eleva
Dos abismos da treva
Aos píncaros da luz.

 ***
Espírito: Rodrigues de Abreu
Médium: Chico Xavier
Livro: Relicário de Luz


(a) Ronaldo Costa (O Arrebol Espírita)
https://www.facebook.com/arrebolespirita

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