O Espiritismo nunca teve como objeto, a condenação de
credos, doutrinas ou escolas filosóficas e, muito menos, pretende ser o forno
de incineração de livros e ideias, pois tem como roteiro a liberdade de escolha
e pensamento, adstritos ao livre arbítrio. A Bíblia, para nós, é um livro
humano, repleto de sabedoria, informações históricas e culturais dos povos aos
quais se refere. Todavia, são inúmeros os erros e absurdos nela contidos, o que
é próprio dos atos da lavra humana.
A Obra Codificada nos dá
roteiro seguro para identificarmos o que procede da vontade soberanamente sábia
de Deus. Na questão 12 da primeira parte de "Obras Póstumas" de Allan
Kardec encontramos:
"O homem tem um farol
para a procura do desconhecido: são os atributos de Deus. Uma vez admitido que
Deus não pode deixar de ser eterno, imutável, imaterial, uno, onipotente,
soberanamente justo e bom, infinito em todas as suas perfeições, todo a
doutrina ou teoria, científica ou religiosa, que deprimir, ainda
infinitesimalmente, qualquer daqueles predicados, é necessariamente falsa, pois
tende à negação do próprio Deus".
Assim, de acordo com o
ensinamento de Kardec, tudo quanto arranhar os conceitos de bondade, justiça e
perfeição de Deus, deve ser considerado falso.
Partindo desse pressuposto,
passemos à leitura da Bíblia.
Em Gênesis II, 6, está:
"Então se arrependeu o
Senhor de ter feito o homem na terra e isso lhe pesou no coração".
Deus, infinitamente sábio
poderia errar, para depois arrepender-se? Claro que não, logo essa afirmação é
falsa, segundo o Espiritismo.
Deus, infinitamente justo,
daria ordens para despojar (roubar, furtar) alguém? Certamente não. Mas em
Êxodo III, 22, está a triste estória do saque sobre os egípcios, a mando de
Deus, segundo a Bíblia.
Deus, na sua bondade infinita
seria capaz de considerar imunda a mulher par haver dado à luz os filhos? Pois
essa descaridade bárbara está noticiada no capitulo XXIII de Levítico. Deus
seria capaz de pedir o auxílio de um espírito, paro espalhar mentiras? Pois a
Bíblia diz que sim. Está em I Reis no Capítulo XXII.
Seria um desfiar quase
infindável de passagens bíblicas, onde o Senhor é visto matando, irando-se,
ordenando saques e, até mesmo, impedindo que pessoas defeituosas penetrassem no
templo. Isso seriam atos de amor, de justiça ou morais? Certamente não, o que
nos leva, segundo o ensinamento de Kardec, a ter essa fonte como completamente
estranha aos preceitos divinos.
Se, por algum motivo fossemos
levados a aceitar um principio científico, filosófico ou religioso, que os
avanços do conhecimento viessem a demonstrar equivocados, o Codificador nos
aponta o caminho a seguir nas mesmas "Obras Póstumas", no último capítulo
que trata dos "Princípios Fundamentais da Doutrina Espírita" onde
ensina:
"O Espiritismo,
caminhando com o progresso, nunca ficará na retaguarda, porque se novos
descobrimentos demonstrarem que está em erro acerca de um ponto, ele se
modificará nesse ponto. Se uma nova verdade surgir, ele a deverá acolher".
Pelo que foi dito, temos a
Bíblia como livro da lavra humana, cheia de belos ensinamentos e ricas
informações, mas com falências que desmentem a sua feitura Divina.
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Por: Esse Capelli
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Essa conclusão tem por finalidade trazer-nos a fé raciocinada, onde
diante da razão tudo se curva. A bíblia não precisa mais ser tida como a sagrada
"Palavra de Deus" para nos conduzir aos seus sacros caminhos. Com ela
temos muito a aprender! Principalmente com os ensinamentos de nosso mestre
Jesus, que nos prometeu novos ensinamentos por meio da espiritualidade
superior, exemplificada na figura do Espírito Santo; e é através dela que ele
nos ensina: "Pelos frutos se conhece a árvore...".
Portanto,
Deus sempre nos falou por todos os eventos do dia-a-dia, desde de uma simples
leitura da bíblia as novas descobertas científicas. Até as ocorrências ruis que
nos acontecem guardam consigo os seus divinos ensinamentos. Porque: "Se
eles se calarem, as pedras falarão. “Lucas c19v40
Agora, que cada um acredite no que quiser. O sol nunca girou em torno da terra só porque o homem acreditava nisso.
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(a)
RONALDO COSTA (O Arrebol Espírita)