O Arrebol Espírita

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

O CRISTO ESTÁ NO LEME

  
Meus amigos, que o amparo de Nossa Mãe Santíssima nos agasalhe e ilumine os corações.

Cristo, no centro da edificação espírita, é o tema básico para quantos esposaram em nossa Doutrina o ideal de uma vida mais pura e mais ampla.

Confrange a quantos já descerraram os olhos para a verdade eterna, além da morte, o culto da irresponsabilidade a que muitos de nossos companheiros se devotam, seja na dúvida sistemática ou na acomodação com os processos inferiores da experiência humana, quando o Espiritismo traduz retorno ao Cristianismo puro e atuante, presidindo à renovação da Terra.

Com todo o nosso respeito à pesquisa enobrecedora, cremos seja agora obsoleta qualquer indagação acerca da sobrevivência da alma por parte daqueles que já receberam o conhecimento doutrinário, porque semelhante conhecimento é precisamente o seio sagrado de nossos compromissos diante do Senhor.

Há mais de dez milênios, nos templos do Alto Egito e da antiga Etiópia, os fenômenos mediúnicos eram simples e correntios; entre assírios e caldeus de épocas remotíssimas, praticava-se a desobsessão com alicerces no esclarecimento dos Espíritos infelizes; precedendo a antigüidade clássica, Zoroastro, na Pérsia, recebia a visitação de mensageiros celestiais e, também antes da era cristã, na velha China, a mediunidade era desenvolvida com a colaboração da música e da prece.

Mas, o intercâmbio com os desencarnados, excetuando-se os elevados ensinamentos nos santuários iniciáticos, guardava a função oracular do magismo, entremeando-se nos problemas corriqueiros da vida material, fosse entre guerreiros e filósofos, mulheres e comerciantes, senhores e escravos, nobres e plebeus.

É que a mente do povo em Tebas e Babilônia, Persépolis e Nanquim, não contava com o esplendor da Estrela Magna — Nosso Senhor Jesus-Cristo —, cujo reino de amor vem sendo levantado entre os homens. 

Na atualidade, porém, o Evangelho brilha na cultura mundial, ao alcance de todas as consciências, cabendo-nos simplesmente o dever de anexá-lo à própria vida.

Espíritas! Com Allan Kardec, retomastes o facho resplendente da Boa-Nova, que jazia eclipsado nas sombras da Idade Média!

Compreendamos nossa missão de obreiros da luz, cooperando com o Senhor na construção do mundo novo!...

Não ignorais que a civilização de hoje é um grande barco sob a tempestade... Mas, enquanto mastros tombam oscilantes e estalam vigas mestras, aos gritos da equipagem desarvorada, ante a metralha que incendeia a noite moral do mundo, Cristo está no leme!

Servindo-o, pois, infatigavelmente, repitamos, confortados e felizes:

Cristo ontem, Cristo hoje, Cristo amanhã!...

Louvado seja o Cristo de Deus!
 

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Espírito: Bittencourt Sampaio
Médium: Chico Xavier
Livro: Instruções Psicofônicas


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PERSEVERANÇA


Quem quer que tenha parado para observar uma criança tentando descobrir como funciona alguma coisa, ou na tentativa de execução de algo que queira, já deve saber o que é perseverança.

Perseverança é essa virtude que leva à perfeição. Uma virtude que parece inata nos bebês e nos primeiros anos, desaparecendo depois, quando os homens começam a crescer e passam a acreditar que o mais importante, no mundo, é fazer muitas coisas, não importa de que forma.

Alguns pais incutem essa forma de pensar nos seus pequenos, quando os colocam em múltiplas atividades e eles precisam correr de uma aula para outra, e fazer tudo às pressas, para darem conta do recado.

Possivelmente, seja este um dos motivos pelo qual muitos desistem, a meio caminho, quando desejam fazer alguma coisa. É comum ouvir-se as pessoas falarem de seus projetos abandonados porque dificuldades apareceram.

Abandona-se aquele e se opta por algo mais fácil, menos trabalhoso e cujo resultado seja quase imediato.

Isso nos recorda de uma experiência comovente de um artista japonês. Ele se chamava Hokusai e suas pinturas eram muito cobiçadas pela realeza.

Um dia, um nobre o visitou e encomendou uma pintura de seu precioso pássaro. Ele deixou o pássaro com Hokusai, e o artista disse ao nobre para que retornasse uma semana depois.

Porque gostasse muito do pássaro, o nobre ficou ansioso e, ao final de semana, retornou ao estúdio do artista. Contudo, o quadro não fora feito.

O artista pediu humildemente que ele retornasse depois de duas semanas. As duas semanas se transformaram em dois meses, em seis meses.

Um ano mais tarde, o nobre chegou no estúdio de Hokusai, exigindo a pintura de imediato e o seu pássaro de volta. Conforme o costume japonês, Hokusai se curvou ante o nobre e retornou à sua mesa de trabalho. Pegou um pincel, uma grande folha de papel de palha de arroz e, em poucos instantes, desenhou o pássaro, sem nenhum esforço, exatamente como ele era.

O proprietário da ave ficou maravilhado diante da pintura para, logo em seguida, descarregar sua raiva:

Por que você me fez esperar um ano se podia ter aprontado a pintura em tão pouco tempo?

O senhor não entendeu, disse com voz macia o artista.

E convidou o nobre a entrar em um cômodo, onde as paredes estavam cobertas de pinturas do mesmo pássaro. Nenhuma delas, no entanto, expressava a graça e a beleza do último trabalho.

Ele treinara durante um ano e o seu esforço estava recompensado: ele criara uma obra de arte.

Quando você estiver a ponto de desistir de um sonho, de um plano, de uma atividade, lembre do artista japonês e de sua perseverança até atingir a perfeição.

Recorde da criança que tenta girar uma chave na fechadura do armário pela primeira vez e, sentada no chão, ou de joelhos, tenta, tenta e tenta. E, se hoje não consegue, ele vai embora, para retornar depois e tentar outra vez, e outra mais.

Recorde, finalmente, que você está no mundo para realizar uma obra de arte: a sua vida. E não meça esforços, nem se importe com as repetições. São os rascunhos que conferem perfeição à obra final
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 Redação do Momento Espírita, com base no cap. Por trás de um desenho rápido, de Joni Eareckson Tada, do livro Histórias para o coração da mulher, de Alice Gray, ed. United Press



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quarta-feira, 29 de outubro de 2014

O RETORNO DO APÓSTOLO CHICO XAVIER

Foto Ismael Gobbo

Uma rosa para Chico Xavier
Cidália Xavier Carvalho (Pedro Leopoldo, MG)
A única dos irmãos de Chico Xavier encarnada


Quando mergulhou no corpo físico, para o ministério que deveria desenvolver, tudo eram expectativas e promessas.
Aquinhoado com incomum patrimônio de bênçãos, especialmente na área da mediunidade, Mensageiros da Luz prometeram inspirá-lo e ampará-lo durante todo o tempo em que se encontrasse na trajetória física, advertindo-o dos perigos da travessia no mar encapelado das paixões bem como das lutas que deveria travar para alcançar o porto de segurança.
Orfandade, perseguições rudes na infância, solidão e amargura estabeleceram o cerco que lhe poderia ter dificultado o avanço, porém, as providências superiores auxiliaram-no a vencer esses desafios mais rudes e a crescer interiormente no rumo do objetivo de iluminação.
Adversários do ontem que se haviam reencarnado também, crivaram-no de aflições e de crueldade durante toda a existência orgânica, mas ele conseguiu amá-los, jamais devolvendo as mesmas farpas, os espículos e o mal que lhe dirigiam.
Experimentou abandono e descrédito, necessidades de toda ordem, tentações incontáveis que lhe rondaram os passos ameaçando-lhe a integridade moral, mas não cedeu ao dinheiro, ao sexo, às projeções enganosas da sociedade, nem aos sentimentos vis.
Sempre se manteve em clima de harmonia, sintonizado com as Fontes Geradoras da Vida, de onde hauria coragem e forças para não desfalecer.
Trabalhando infatigavelmente, alargou o campo da solidariedade, e acendendo o archote da fé racional que distendia através dos incomuns testemunhos mediúnicos, iluminou vidas que se tornaram faróis e amparo para outras tantas existências.
Nunca se exaltou e jamais se entregou ao desânimo, nem mesmo quando sob o metralhar de perversas acusações, permanecendo fiel ao dever, sem apresentar defesas pessoais ou justificativas para os seus atos.
Lentamente, pelo exemplo, pela probidade e pelo esforço de herói cristão, sensibilizou o povo e os seu líderes, que passaram a amá-lo, tornou-se parâmetro do comportamento, transformando-se em pessoa de referência para as informações seguras sobre o Mundo Espiritual e os fenômenos da mediunidade.
Sua palavra doce e ungida de bondade sempre soava ensinando, direcionando e encaminhando as pessoas que o buscavam para a senda do Bem.
Em contínuo contato com o seu Anjo tutelar, nunca o decepcionou, extraviando-se na estrada do dever, mantendo disciplina e fidelidade ao compromisso assumido.
Abandonado por uns e por outros, afetos e amigos, conhecidos ou não, jamais deixou de realizar o seu compromisso para com a Vida, nunca desertando das suas tarefas.
As enfermidades minaram-lhe as energias, mas ele as renovava através da oração e do exercício intérmino da caridade.
A claridade dos olhos diminuiu até quase apagar-se, no entanto a visão interior tornou-se mais poderosa para penetrar nos arcanos da Espiritualidade.
Nunca se escusou a ajudar, mas nunca deu trabalho a ninguém.
Seus silêncios homéricos falaram mais alto do que as discussões perturbadoras e os debates insensatos que aconteciam a sua volta e longe dele, sobre a Doutrina que esposava e os seus sublimes ensinamentos.
Tornou-se a maior antena parapsíquica do seu tempo, conseguindo viajar fora do corpo, quando parcialmente desdobrado pelo sono natural, assim como penetrar em mentes e corações para melhor ajudá-los, tanto quanto tornando- -se maleável aos Espíritos que o utilizaram por quase setenta e cinco anos de devotamento e de re-núncia na mediunidade luminosa.
Por isso mesmo, o seu foi mediumato incomparável.
...E ao desencarnar, suave e docemente, permitindo que o corpo se aquietasse, ascendeu nos rumos do Infinito, sendo recebido por Jesus, que o acolheu com a Sua bondade, asseverando-lhe:
– Descansa, por um pouco, meu filho, a fim de esqueceres as tristezas da Terra e desfrutares das inefáveis alegrias do reino dos Céus. 

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Espírito: Joanna de ângelis
Médium: Divaldo P. Franco
Psicografado no dia 2 de julho de 2002, no Centro Espírita Caminho da Redenção / Salvador-BA



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INFORTÚNIO MATERNO


Em pleno hospital da Espiritualidade, pobre criatura estendeu-nos o olhar suplicante e rogou:

- O senhor consegue escrever para a Terra?

- Quando me permitem - repliquei entre pesaroso e assombrado.

Quem era aquela mulher que me interpelava desse modo?

A fisionomia escaveirada exibia recordações da morte. A face inundada de pranto tinha esgares de angústia e as mãos esqueléticas e entrefechadas davam a idéia de garras em forma de conchas.

Dante não conseguiria trazer do Inferno imagem mais desolada de sofrimento e terror.

- Escreva, escreva! - repetia chorando.

- Mas escrever a quem?

- Às mulheres... - clamou a infeliz. - Rogue-lhes não fujam da maternidade nobre e digna... Peço não façam do casamento uma estação de egoísmo e ociosidade... 

Os soluços a lhe rebentarem do peito induziam-nos a doloroso constrangimento.

E a infeliz contou em lágrimas:

- Estive na Terra, durante quase meio século... Tomei corpo entre os homens, após entender-me com um amigo dileto que seguiu, antes de mim, no rumo da arena carnal, onde me recebeu nos braços de esposo devotado e fiel. Com assentimento dos instrutores, cuja bondade nos obtivera o retorno à escola física, comprometemo-nos a recolher oito filhinhos, oito corações de nosso próprio passado espiritual, que por nossa culpa direta e indireta jaziam nas fumas da crueldade e da indisciplina... Cabia-nos acolhê-los carinhosamente, renovando-lhes o espírito, ao hálito de nosso amor... Suportar-lhes-íamos as falhas renascentes, corrigindo-as pouco a pouco, ao preço de nossos exemplos de bondade e renúncia... Nós mesmos solicitáramos semelhante serviço... Para alcançar mais altos níveis de evolução, suplicamos a prova reparadora... Saberíamos morrer gradativamente no sacrifício pessoal, para que os associados de nossos erros diante da Lei Divina recuperassem a noção da dignidade.

A triste narradora fez longa pausa que não ousamos interromper e continuou:

- Entretanto, casando-me com Cláudio, o amigo a que me reportei, fui mãe de um filhinho, cujo nascimento não pude evitar... Paulo, o nosso primogênito, era uma pérola tenra em nossas mãos... Despertava em meu ser comoções que o verbo humano não consegue reproduzir... Ainda assim, acovardada perante a luta, por mais me advertisse o esposo abençoado, transmitindo avisos e apelos da Vida Superior, detestei a maternidade, asilando-me no prazer... Cláudio era compelido a gastar largas somas para satisfazer-me nos caprichos da moda... Mas a frivolidade social não era o meu crime... Nas reuniões mundanas mais aparentemente vazias pode a alma aprender muito quando resolve servir ao bem... Cristalizada, contudo, na preguiça, qual flor inútil a viver no luxo dourado, por doze vezes pratiquei o aborto confesso... Surda aos ditames da consciência que me ordenava o apostolado maternal expulsei de mim os antigos laços que em outro tempo se acumpliciavam comigo na delinqüência, assassinando as horas de trabalho que o Senhor me havia facultado no campo feminino... E, após vinte anos de teimosia delituosa, ante o auxílio constante que me era conferido pelo Amparo Celestial, nossos Benfeitores permitiram, para minha edificação, fosse eu entregue aos resultados de minha própria escolha... Enlaçada magneticamente àqueles que a Divina Bondade me restituiria por filhos ao coração e aos quais recusei guarida em minha ternura, fui obrigada a tolerar-lhes o assalto invisível, de vez que, seis deles, extremamente revoltados contra a minha ingratidão, converteram-se em perseguidores de minha felicidade doméstica... Fatigado de minhas exigências, meu esposo refugiou-se no vício, terminando a existência num suicídio espetacular... Meu filho, ainda jovem, sob a pressão dos perseguidores ocultos que formei para a nossa casa, caiu nas sombras da alienação mental, desencarnando em tormento indescritível num desastre da via pública, e eu... Pobre de mim, abordando a madureza, conheci a dolorosa tumoração das próprias entranhas... A veste carnal, como que horrorizada de minha presença, expulsou-me para os domínios da morte, onde me arrastei largo tempo, com todos os meus débitos terrivelmente agravados, sob a flagelação e o achincalhe daqueles a quem podia ter renovado com o bálsamo de meu leite e com a bênção de minha dor...

A desditosa enferma enxugou as lágrimas com que nos acordava para violenta emoção e terminou:

- Fale de minha experiência às nossas irmãs casadas e robustas que dispõem de saúde para o doce e santo sacrifício de mãe! Ajude-as a pensar... Que não transformem o matrimônio na estufa de flores inebriantes e improdutivas, cujo perfume envenenado lhes abreviará o passo na direção das trevas... Escreva!... Diga-lhes algo do martírio que espera, além da morte, quantos quiseram ludibriar a vida e matar as horas.

A mísera doente, sustentada por braços amigos, foi conduzida a vasta câmara de repouso e, impressionados com tamanho infortúnio, tentamos cumprir-lhe o desejo e transmitir-lhe a palavra; contudo, apesar do respeito que consagramos à mulher de nosso tempo, cremos que o nosso êxito seria mais seguro se caminhássemos para um cemitério e assoprássemos a mensagem para dentro de cada túmulo.


***
Espírito: Irmão ‘X
Médium: Chico Xavier
Livro: Contos e Apólogos



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terça-feira, 28 de outubro de 2014

MONTANHA ACIMA




Não reproves a dor que te reclama
Ao trabalho do amor que aperfeiçoa,
Não te esqueças da flor humilde e boa
Que desabrocha no montão de lama.

Chora, padece e crê... Espera e ama...
E ainda mesmo na sombra que atraiçoa,
Faze do bem a fúlgida coroa
Do serviço a que o mundo te conclama.

Não recues na jornada para a frente.
Fira-te embora a lágrima pungente,
Segue, montanha acima, calmo e forte!

Para quem busca do Céu, a luz não tarda,
Mas aquele que volta à retaguarda
Recebe a estagnação, a treva e a morte.



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Espírito: Arnold Souza
Médium: Chico Xavier
Livro: Cartas do Coração


Compilado por: r.s.durantdart

POSSÍVEL E IMPOSSÍVEL






Acalma-te e serve.

Não fizeste o Sol que te ilumina.

Não fabricaste o ar que respiras.

Não criaste o solo em que te apóias.

Não teceste a vestimenta das flores que te rodeiam.

Não pares de trabalhar.

A vida te pede o bem que se te faça possível.

O impossível virá de Deus.


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Espírito: Emmanuel
Médium: Chico Xavier
Livro: Recados do Além


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segunda-feira, 27 de outubro de 2014

OUVE A TUA CONSCIÊNCIA



A Lei de Deus está escrita na consciência da criatura humana.

Essa lúcida contestação dos Mentores da Humanidade ao codificador do Espiritismo, Allan Kardec, abre espaço à Psicologia para melhor entender os conflitos e os comportamentos complexos que enfrenta.

Para que a consciência possa contribuir saudavelmente em favor da conduta humana torna-se indispensável o hábito da reflexão, a fim de que os níveis primários em que se apresenta ceda lugar à iluminação em estágio mais avançado.

É compreensível que o Espírito em condições aflitivas tenha dificuldade de identificar a Lei de Deus nele ínsita. Porque predomina a matéria, as sensações mais grosseiras na sua existência, permanece como solo crestado que não permite à semente nele plantada romper-lhe a couraça, facultando que desabrochem as potências adormecidas.

Em razão da sensualidade e dos apegos aos prazeres imediatos e desgastantes, continua em germe a essência divina nos refolhos dessa área superior da psique – a consciência.

O hábito, porém, de silenciar a ansiedade e os tormentos íntimos, de buscar entender-lhes a procedência e a presença nos painéis mentais, faculta perceber os conteúdos de que se constituem, para discernir com segurança o que é edificante e o que lhe é prejudicial.

Acostumado a agir por impulsos, quase automáticos, dá vigor à natureza animal de que se reveste, quando deveria promover a espiritual, que germina e avança atraída pelo Deotropismo no rumo da plenitude.

Condicionamentos impostos pelos instintos básicos que governam a existência na sua fase inicial de desenvolvimento intelecto-moral, à medida que adquire conhecimentos para a lógica existencial, experiência os lampejos da consciência digna que libera a Lei de Deus, que está sintetizada no amor.

Na razão direta em que o amor sobrepõe-se à violência e aos fatores da agressividade, mais valiosos contributos são cedidos com o consequente enriquecimento de paz e de alegria de viver.

Ninguém existe destituído de consciência, exceção feita àqueles que expiam graves delitos em renascimentos assinalados pelas limitações e deformidades cerebrais...

Todos os seres que pensam dispõem do auxílio da consciência para fazer o que pode e deve, sempre quando se lhe torne lícita a realização.

A acomodação defluente da preguiça mental em alguns indivíduos impedem-no de avançar nos comportamentos corretos.

Deus, a todos os Seus filhos concedeu consciência do dever, que proporciona as habilidades indispensáveis à conquista da iluminação.

Essa sublime herança vincula todos os membros da Criação ao Genitor Celeste.

Ouve a tua consciência sempre que te encontres em conflito, em dificuldade de definir rumos e comportamentos adequados.

Reflexiona em silêncio e com calma, permitindo que a inspiração superior seja captada e o discernimento te aponte a melhor conduta a seguir.

Evita o costume doentio de transferir para os outros a tarefa de decidir por ti, de viver sob os conselhos dos demais como se fosses um parasita psíquico.

Liberta-te do morbo da queixa e desperta para entender que todos sofrem, têm problemas, mesmo que os não demonstrem, porque a sabedoria que possuem ao aconselhar é resultado dos caminhos percorridos, das aflições superadas e dos testemunhos ultrapassados.

Por outro lado, evita o costume de aconselhamentos e de orientações, de narrar as tuas vivências, como se fossem as mais importantes do mundo.

O que hajas vivenciado é importante para ti e nem sempre será regra geral de bom proceder para todos.

Cada ser humano é uma unidade muito complexa e especial, que faz parte da unidade universal, com as características próprias e as conquistas positivas e negativas adquiridas.

Quando delegas a outrem aconselhar-te, não estás disposto realmente a seguires a diretriz que te seja oferecida. Normalmente, buscas conselhos e bengalas psicológicas até encontrares o que realmente gostaria que te dissessem aquilo que te é agradável e compensador. Esse comportamento inconsciente é uma forma autodefensiva, porque aquilo que te venha a acontecer não será somente de tua responsabilidade.

O crescimento intelectual, assim como o de natureza moral, é trabalhado continuamente, sem interrupção nem saltos gigantes.

A cada momento uma conquista nova, um descobrimento que se incorpora aos conteúdos arquivados na mente.

Permitindo-te ouvir a consciência, serás inspirado à oração que te fortalecerá o ânimo e te auxiliará a fruir paz.

Quanto mais auscultes a consciência e exercites a reflexão do pensamento, mais se expandirão as possibilidades e os registros legais se te farão claros e lúcidos, e te auxiliarão na conquista da felicidade e da harmonia interior, estimuladoras para os avanços a níveis superiores da evolução.

Não te detenhas, pois, em queixumes e rogativas de orientação, como se estivesses desequipado dos instrumentos para alcançar a vitória sobre as circunstâncias e provações necessárias.

Confia em Deus, na proteção dos teus Amigos espirituais e também nos teus valores, esses que vens amealhando durante a reencarnação.

Jesus, que é o Guia da Humanidade, sempre buscava a solidão para reabastecer a consciência com a Lei de Deus, e permanecer como o amor na expressão máxima que se conhece, mesmo quando não amado.

Não tenhas sofreguidão para tudo resolver sem pensar, sem aprofundar a concentração.

Diante de todo e qualquer aconselhamento que peças e recebas, não deixes de consultar a tua consciência.


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Pelo Espírito Joanna de Ângelis - Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na reunião mediúnica da noite de 17 de março de 2014, no Centro Espírita Caminho da Redenção.



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O SERVIÇO RELIGIOSO




Desde quando começou na Terra o serviço de adoração a Deus? Perde-se o alicerce da fé na sombra de evos insondáveis.

Dir-se-ia que o primeiro impulso da planta e do verme, à procura da luz, não é senão anseio religioso da vida, em busca do Criador que lhes instila o ser.

Considerando, porém, as escolas religiosas dos povos mais antigos, vemos no sistema egípcio a idéia central da imortalidade, com avançadas concepções da Grandeza Divina, mas enclausurada nos templos do sacerdócio ou no palácio dos faraós, sem ligação com o espírito popular, muita vez relegado à superstição e ao abandono.

Na Índia, identificando o culto da sabedoria. Instrutores eminentes aí ensinam que a bondade deve ser a raiz de nossas relações com os semelhantes, que as nossas virtudes e vícios são as forças que nos seguirão, além do túmulo, propagando-se abençoadas lições de aperfeiçoamento moral e compreensão humana; entretanto, o espírito das castas aí sufocou os santuários, impedindo a desejável extensão dos benefícios espirituais aos círculos do povo.

Na Pérsia, temos no zoroastrismo a consagração do nosso dever para com o Bem; todavia, as comunidades felicitadas por seus respeitáveis ensinamentos se confiam a guerras de conquista e destruição.

Entre os Judeus, sentimos o sopro da revelação do Deus Único, estabelecendo o reino da justiça na Terra, mas, apesar da glória sublime que coroa a fronte de Moisés e dos profetas que o sucederam, o orgulho racial é uma chaga viva no coração do Povo Escolhido.

Na China, possuímos a exaltação da simplicidade, através de lições que fulguram em todas as suas linhas sociais, destacando o equilíbrio e a solidariedade, contudo, o grande povo chinês não consegue superar as perturbações do separativismo e do cativeiro.

Na Grécia, encontramos o culto da Beleza. Os mistérios de Orfeu traçam formosos ideais e constroem maravilhosos santuários. O aprimoramento da arte e da cultura, porém, não consegue criar no espírito helênico a noção do Amor Universal. Generais e filósofo usam a inteligência para a dominação e, de modo algum, se furtam às tentações do campo bélico, acendendo a abominável fogueira da discórdia e do arrasamento.

Em Roma, surpreendemos o Direito ensinando que o patrimônio e a liberdade do próximo devem ser respeitados, no entanto, em nenhuma civilização do mundo observamos juntos tantos gênios da flagelação e da morte.

Hermes é a Sabedoria.

Buda é a Renunciação.

Zoroastro é o Dever.

Moisés é a Justiça.

Confúcio é a Harmonia.

Orfeu é a Beleza.

Numa Pompílio é o Poder.

Em todos os grandes períodos da evolução religiosa, antes do Cristo, vemos, porém, as demonstrações incompletas da espiritualidade. Não há padrões absolutos de perfeição moral, indicando aos homens o caminho regenerador e santificante. Aparecem linhas divisórias entre raças e castas, com vários tipos de louvor e humilhação para ricos e pobres, senhores e escravos, vencedores e vencidos.

Com Jesus, no entanto, surge no mundo o vitorioso coroamento da fé. No Cristianismo, recebemos as gloriosas sementes de fraternidade que dominarão os séculos. O Divino Fundador da Boa Nova entra em contacto com a multidão e o santuário do Amor Universal se abre, iluminado e sublime, para a santificação da Humanidade inteira.



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Espírito: Emmanuel
Médium: Chico Xavier
Livro: Roteiro


Compilado por: r.s.durantdart