O Arrebol Espírita

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

PRIMEIRA NOTÍCIA DE UMA NOVA ENCARNAÇÃO


Em casa do Sr. Baudin; médium: Srta. Baudin

(17 de janeiro de 1857)

O Espírito prometera escrever-me uma carta por ocasião da entrada do ano. Tinha, dizia, qualquer coisa de particular a me dizer. Havendo-lhe eu pedido numa das reuniões ordinárias, respondeu que a daria na intimidade ao médium, para que este ma transmitisse. É esta a carta:

Caro amigo, não te quis escrever terça-feira última diante de toda a gente, porque há certas coisas que só particularmente se podem dizer.

Eu queria, primeiramente, falar-te da tua obra, a que mandaste imprimir. (O Livro dos Espíritos entrara para o prelo.) Não te afadigues tanto, da manhã à noite; passarás melhor e a obra nada perderá por esperar.

Segundo o que vejo, és muito capaz de levar a bom termo a tua empresa e tens que fazer grandes coisas. Nada, porém, de exagero em coisa alguma. Observa e aprecia tudo judiciosa e friamente. Não te deixes arrastar pelos entusiastas, nem pelos muito apressados. Mede todos os teus passos, a fim de chegares ao fim com segurança. Não creias em mais do que aquilo que vejas; não desvies a atenção de tudo o que te pareça incompreensível; virás a saber a respeito mais do que qualquer outro, porque os assuntos de estudo serão postos sob as tuas vistas.

Mas, ah! a verdade não será conhecida de todos, nem crida, senão daqui a muito tempo!Nessa existência não verás mais do que a aurora do êxito da tua obra. Terás que voltar, reencarnado noutro corpo, para completar o que houveres começado e, então, dada te será a satisfação de ver em plena frutificação a semente que houveres espalhado pela Terra.

Surgirão invejosos e ciosos que procurarão te infamar e fazer-te oposição: não desanimes; não te preocupes com o que digam ou façam contra ti; prossegue em tua obra; trabalha sempre pelo progresso da Humanidade, que serás amparado pelos bons Espíritos, enquanto perseverares no bom caminho.

Lembras-te de que, há um ano, prometi a minha amizade aos que, durante o ano, tivessem tido um proceder sempre correto? Pois bem! declaro que és um dos que escolhi entre todos.”

Teu amigo que te quer e protege. — Z.

NOTA — Já tive ocasião de dizer que Z. não era um Espírito superior, porém muito bom e muito benfazejo. Talvez fosse mais adiantado do que o deixava supor o nome que tomara. Legitimavam essa suposição o caráter sério e a sabedoria de suas comunicações, conforme as circunstâncias. Sob a capa daquele nome, ele se permitia usar de uma linguagem familiar apropriada ao meio onde se manifestava e dizer, como frequentemente sucedia, duras verdades, sob a forma leve do epigrama. Como quer que seja, dele guardei sempre grata recordação e muito reconhecimento pelas boas advertências que sempre me deu e pelo devotamento que me testemunhou. Desapareceu com a dispersão da família Baudin, dizendo que em breve reencarnaria.




Livro: Obras póstumas/pg.354
Autor: Allan Kardec




(a) RONALDO COSTA (O Arrebol Espírita)


Nearer, my God, to Thee

“MAIS PERTO, MEU DEUS, DE TI”

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Sarah Fuller Flower Adams
Nasceu em 22 de fevereiro de 1805, em Harlow, Essex, Inglaterra
Faleceu em 1848, em St. Martin-in-the-Fields, Middlesex, Inglaterra.

ESCUTE ENQUANTO LÊ O POST:

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A HISTÓRIA DO HINO DE SARAH FLOWER ADAMS:
Um dos hinos mais conhecidos do mundo, sendo que foi o preferido da Rainha Vitória, Theodore Roosevelt, Rei Edward VII e muitos outros.
Foi no ano de 1841 que a Sra. Adams, estudiosa da Bíblia, ficou impressionada com a história relatada no livro de Gênesis (capítulo 28:11 e 12) sobre a visão da escada de Jacó, em Betel, a qual alcançava o céu, e por onde os anjos subiam e desciam, que, inspirada naquela passagem bíblica, resolveu escrever este hino.
"...e eis uma escada posta na terra, cujo topo tocava nos céus; e eis que os anjos de Deus subiam e desciam por ela"
(Gênesis 28:12)
Esta linguagem era a expressão do coração da senhora Sarah Flower Adams, que nasceu em Essex, Inglaterra, em fevereiro de 1805, e cuja história tem sido muito pouco conhecida do grande público, que têm estimado seus hinos como um dos mais sagrados tesouros por quase um século.
Seu pai era o editor de um jornal semanal em Cambridge. Sua mãe era uma mulher de dons e cultura excelentes, e ela era a sua filha mais nova.
Logo na infância ela foi notada pelo gosto que manifestou pela literatura, e na fase adulta pelo grande zelo e seriedade em sua vida religiosa. Ela contribuiu com prosa e verso para os periódicos diários, e as críticas a sua arte eram sempre positivas.
Casada ​ ​em uma idade adiantada, e de constituição frágil, ela ainda em meio a muitos sofrimentos por razões de saúde, manteve sua pena ocupada, seus pensamentos e escritos sempre tendendo para as coisas do alto. O tempo e o meio em que essas circunstâncias em que ela teve a inspiração para desenvolver esse maravilhoso hino que, desde então, tem ecoado volta após volta pelo mundo, não são conhecidos; mas foi provavelmente durante algum período de provação particular, quando seu espírito foi elevado através da tristeza quase acima do seu corpo terreno. Ela mal sonhava que seu hino, como os de Toplady, Charlotte Elliot e Ray Palmer, seria ouvido através dos tempos. Ele foi publicado pela primeira vez em 1841, em um volume de hinos sacros, emitido pelo senhor Fox, da Inglaterra, apenas oito anos antes da morte dessa talentosa escritora, que viveu somente até a idade de 44 anos e, assim, nunca soube da fama que vinculou seu hino ao seu nome.
O hino logo começou a aparecer em várias coleções, e em toda a parte era recebido com deleite. Foi dada a melodia, "Bethany" (Betânia), que se tornou muito popular neste país. Todo aquele que cresceu em um país cristão o conhece de cor, e em muitos países que não tem a bandeira de Cristo, é muito familiar também.

"No ano passado," diz o doutor Cuyler, em sua "Heart Life", os professores Smith, Hitchcock, e Park, estavam descansando de uma caminhada no sopé do Monte Líbano, quando apareceu um grupo de cinquenta alunos da Síria, em pé e em linha, cantando em coro. Eles foram os alunos do novo Colégio de Beirute, em Abieh, e eles estavam cantando em árabe a melodia de "Bethany". Enquanto a procissão se aproximava eles pegaram as sublimes palavras:

Mais perto quero estar meu Deus de Ti,
Inda que seja a dor que me una a Ti!
Sempre hei de suplicar:
Mais perto quero estar,
Mais perto quero estar, meu Deus de Ti!

“‘Eu não sou muito dado ao sentimentalismo’, disse o professor Hitchcock, ao descrever a emocionante cena, ‘mas quando passava pelas fileiras daqueles jovens sírios, confesso que meus olhos estavam um pouco úmidos’”.
“Se fosse permitido ao povo de Deus que se encontra no céu”, continua Dr. Cuyler, “testemunhar o que acontece na terra, poderíamos imaginar com que entusiasmo o espírito glorificado de Sarah Flower Adams ouviria a canção de seu coração, assim, cantada na terra da sagrada história de nosso Salvador”.

Lowell Mason
Nasceu em 8 de janeiro de 1792, em Medfield, Massachusetts
Faleceu em 11 de agosto de 1872, em Orange, Nova Jersey
"Uma noite, algum tempo depois de me deitar, ficando acordado no escuro, com os olhos bem abertos, por meio daquietude da casa, a melodia veio a mim, então, ao amanhecer, escrevi as notas da canção"

MAIS PERTO
Letra: Sarah Flower Adams
Música: Lowell Mason

Mais perto
quero estar meu Deus de Ti,
Inda que seja a dor que me una a Ti!
Sempre hei de suplicar:
Mais perto quero estar,
Mais perto quero estar, meu Deus de Ti!
Andando triste aqui, na solidão,
Paz e descanso a mim teus braços dão.
Sempre hei de suplicar:
Mais perto quero estar, Mais
perto quero estar, meu Deus de Ti!
Minha alma cantará a Ti Senhor,
Cheia de gratidão por teu amor.
Sempre hei de suplicar:
Mais perto quero estar,
Mais perto quero estar, meu Deus de Ti!
E quando a morte, enfim, me vier chamar,
Com serafins nos céus irei morar.
Então me alegrarei
Perto de Ti, meu Rei,
Perto de Ti, meu Rei,
Meu Deus, de Ti!
Fonte: The Baptist Pillar
Traduzido por Edimilson de Deus Teixeira

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS!


Um homem do povo vivia uma vida sem esperanças, com grandes tribulações e sofrimentos. Um dia foi localizado por emissários do rei que o conduziram ao palácio real e ele foi investido na condição de herdeiro daquele reino. Imediatamente foi banhado e perfumado, vestido com roupas suntuosas. Calçaram-lhe os pés com sapatos finos e colocaram-lhe no dedo precioso anel, símbolo de sua condição real. Levado para conhecer o reino deslumbrou-se: como era belo, vasto e cheio de recursos! E isso tudo era seu, pois o rei tudo colocara a sua disposição.

Que diríamos nós se tal acontecesse conosco? Se fôssemos destacados de nossa condição de simples pessoas do povo e elevados à condição de herdeiros de um grande reino? “E se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo”.1 “Ah, esse reino eu não quero, é depois da morte e eu não quero morrer tão cedo.” “O Reino de Deus é semelhante a um grão de mostarda, que um homem tomou e semeou no seu campo. Embora seja a menor de todas as sementes, quando cresce, é a maior das hortaliças e torna-se árvore, a tal ponto que as aves do céu se abrigam nos seus ramos”.2

Humm... Jesus diz que o Reino de Deus cresce, se desenvolve. Mas que reino seria esse? Onde ele está? “O Reino de Deus está dentro de vós.”3 E como é que eu faço pra tomar posse desse reino? É necessário empreender a grande viagem para dentro de si mesmo, o autoconhecimento. “Ah, mas eu não quero mexer com isso não, se conhecer dá muito trabalho, tá bom assim.” Não está nada bom, a pessoa tem crises, vive mal-humorada, descontente, triste e ansiosa... Mas como encarar o medo de se defrontar consigo mesma?

Qual a imagem que temos de nós mesmos? A nossa autoimagem geralmente não é muito boa. Ela está fortemente tisnada pela montanha de nãos que ouvimos desde pequenos. Não fomos bons o bastante pra contentar a nossa mãe: “Não põe a mão aí!” “Não pode fazer isso.” Não queremos em absoluto dizer que criança não deva ter limite, mas alguns pais extrapolam. Não fomos bons o bastante para agradar nossos professores e achamos que valíamos pela nota que tirávamos. Os colegas também ajudavam a desconstruir essa imagem com apelidos e brincadeiras cruéis. E hoje achamos que não somos bons o bastante pra agradar nossa esposa, nossos filhos, nosso chefe. Sempre achamos que estamos devendo. Temos uma auto-rejeição muito forte que às vezes se camufla em orgulho e vaidade, mas lá no fundo temos medo de encarar nossa própria imagem no espelho. A cultura do pecado e da punição pelos nossos atos por Deus, que nos foi incutida há milênios, também não ajuda a melhorar nossa autoimagem. Mas o que nos diz Jesus? “Sois deuses”4. “Em verdade vos digo: quem crê em mim fará as obras que faço e fará até maiores do que elas”5. Mas como? “E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”6. A verdade sobre nós mesmos, nossa origem divina, nossa potencialidade. Somos herdeiros do reino, o reino de Deus está dentro de nós. Precisamos tomar posse dele. “Ah, mas eu não tenho coragem de olhar dentro do porão da minha inconsciência, tenho medo de encontrar um esqueleto no armário. Tudo bem, pode ser que tenha um esqueleto no armário. Mas se aprofundarmos nossa visão, veremos que tem também um oásis. Um oásis verdejante de paz. Não seria bom encontrar um pouco de paz? Que preço pagaríamos pela nossa paz?

Todos nós temos dois lados, um lado sombra e um lado luz. É duro conviver com o nosso lado sombra, é difícil até mesmo admitir que temos um lado sombra caracterizado pelo lado obscuro da nossa personalidade, nossos defeitos, nossa dificuldade nos relacionamentos, mas a sombra tem uma característica: ela não é permanente, ela é temporária, ela se dissolve ao contato com a luz.

Qual o sentido da vida? Por que estamos encarnados? Para buscar a nossa iluminação. Através do autoconhecimento vamos detectando quais os lados da nossa personalidade que precisam ser iluminados. E iluminados através do conhecimento: boas leituras, palestras, cursos, tudo isso devidamente aplicado através da vivência com os que convivem conosco.

Todas as qualidades jazem em germe dentro de nós. “O Reino de Deus é semelhante a um grão de mostarda...”, todas as nossas potencialidades, todo o projeto do que seremos: gênios, Einstein, Gandhi, Madre Tereza, homens empreendedores e colecionadores de sucessos. Nós não somos o que estamos. Somos muito mais! Não é grandioso isso? Saber que tudo já está dentro de nós, nos pertence e apenas precisamos tomar posse? E o artífice do homem novo seremos nós mesmos. Somos a semente e somos o jardineiro. Somos os herdeiros. O reino nos pertence. “Sois deuses!”


1 Epístola de Paulo aos Romanos, 8:17.
2 Mateus, 13:31-32.
3 Lucas, 17:21.
4 João, 10:34.
5 João, 14:12.
6 João, 8:32.

***
POR CÉLIA ELMY


(a) RONALDO COSTA (O Arrebol Espírita)
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