O Arrebol Espírita

sábado, 31 de janeiro de 2015

PRECE DE UM LOUCO




Senhor, observa na Terra essa mente cansada, insana,
Obtusa, confusa, desarticulada amedrontada
Alienada, aparvalhada
Pensando em ti neste momento
È quase um lamento...
Veja, Senhor, que olhar perdido, oprimido, vencido
Triste, sem sentido, embevecido, empobrecido, sem viço
Ele procura por você...
Senhor, ouve esta voz, pouca, rouca, louca
Solta no ar a esmo...
Som gutural, animal, primitivo, permissivo
Remissivo, cansativo, evocativo
Tenta em vão dizer o teu nome...
Senhor segura estas mãos; alquebradas, omissas, ociosas
Vazias, trêmulas, inseguras, quase inúteis
Elas buscam as tuas...
Senhor, ampara estes passos incertos, incorretos, trôpegos
Vacilantes, errantes, inconstantes, cambaleantes
Sem rumo, sem roteiro, sem direção...
Meu Senhor, sinta este coração; descompassado, angustiado
Ressentido, deprimido, fragilizado,agoniado, amuado
Ansioso, pesaroso, teimoso, que trago no cofre do peito...
Senhor, esta é uma alma viciada, perdida,desiludida
Decaída, culpada, desalmada, atormentada,amofinada
Debelada, julgada, desajuizada, tiranizada...
Tudo isto sou eu, Senhor
Socorre este ateu
Que também é filho seu...
Lance sobre mim seu olhar de complacência
Para que eu deixe essa demência
Pois a ti peço clemência
Quem sabe numa próxima existência
Numa nova experiência
Eu alcance a decência
Encerre minha decadência
Tendo no amor a excelência
HÁ direcionar os dias meus
A teu encontro Deus
Mas por agora
Quem na vida fez
Tão pouco
Só me resta lhe entregar
MINHA PRECE DE LOUCO!


***
Espírito: Raul Seixas
Médium: Rogério H Leite




(a) RONALDO COSTA (O Arrebol Espírita)


sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

A LENDA DO PODER



A assembléia familiar comentava a difícil situação dos Espíritos revoltados que se habituam ao azedume crônico por vasta fieira de encarnações sucessivas, quando João de Kotchana, experimentado instrutor de cristãos desencarnados, nas regiões da Bulgária, contou-nos, entre sensato e otimista:

- Temos nós antiga lenda que adaptarei ao nosso assunto para a devida meditação...

Dizem que Deus, quando começou a repartir os dons da vida, entre os primeiros homens dos primeiros grandes agrupamentos humanos constituídos na Terra, decretou fôsse concedido aos Bons o Poder Soberano.

Informados de que o Supremo Senhor estava fazendo concessões, os Corajosos acudiram apressados à Divina Presença, solicitando o quinhão que lhes seria adjudicado.

- Que desejais, filhos meus? – indagou o Eterno.

- Senhor, queremos o Poder Supremo.

- Essa atribuição – explicou o Todo-Misericordioso – já concedi aos Bons; eles unicamente conseguirão governar o reino dos corações, o território vivo do espírito, onde se exerce o poder verdadeiro.

- Ah! Senhor, e nós? Que será de nós, os que dispomos de suficiente ousadia para comandar os distritos da existência e transformá-los?

- Não posso revogar uma ordem que expedi – observou o Onipotente -, entretanto, se não vos posso confiar o Poder Soberano, concedo-vos um encargo dos mais importantes, a Autoridade. Ide em paz.

Espalhou-se a notícia e vieram os Intelectuais ao Trono Excelso.

O Todo-Poderoso inquiriu quanto ao propósito dos visitantes e a resposta não se fêz esperar:

- Senhor, aspiramos à posse do Poder Soberano.

- Impossível. Essa prerrogativa foi concedida ao Bons. Só eles lograrão renovar as outras criaturas em meu nome.

E porque os Intelectuais perguntassem respeitosamente com que recurso lhes seria lícito operar. Deus entregou-lhes o domínio da Ciência.

Veio, então, a vez dos Habilidosos. Com vasta representação, surgiram diante do Pai e, como fôssem questionados quanto ao que pretendiam, responderam veementemente:

- Senhor, suplicamos para nós o Poder Soberano.

O Todo-Bondoso relacionou a impossibilidade de atender, mas deu-lhes o Engenho.

Depois, acorreram os Imaginosos ao Sagrado Recinto e esclareceram que contavam para eles com a mesma cobiçada atribuição.

O Todo-Amoroso respondeu pela negativa afetuosa; no entanto, brindou-os com a luz da Arte.

Logo após, os Devotados chegaram ao Augusto Cenáculo e rogaram igualmente se lhes conferisse a faculdade do mando, e recolheram a mesma recusa, em termos de extremado carinho; contudo, o Todo-Misericordioso outorgou-lhes o talento bendito do Trabalho.

Em seguida, os Revoltados, que não procuravam senão defeitos e problemas transitórios na obra da Vida – os problemas e defeitos que Deus sanaria com o apoio do Tempo, de modo a não ferir os interesses dos filhos mais ignorantes e mais fracos - compareceram perante o Supremo Doador de Todas as Bênçãos e, em vista de se mostrarem com agressiva atitude, a voz do Pai se fêz mais doce ao perguntar-lhes:

- Que desejais, filhos meus?

Os Revoltados retrucaram duramente:

- Senhor, exigimos para nós o Poder Soberano.

- Isso pertence aos Bons – disse o Todo-Sábio -, pois somente aqueles que dispõem de suficiente abnegação para esquecer os agravos que se lhes façam, prosseguindo infatigáveis no cultivo do bem aos semelhantes, guardarão consigo o poder de governar os corações... No entanto, meus filhos, tenho outros dons para conceder-vos...

Antes, porém, que o Supremo Senhor terminasse, os ouvintes gritaram intempestivamente:

- Não aceitamos outra coisa que não seja o Poder soberano. Queremos dominar, dominar... Fora do poder, o resto é miséria...

O Onipotente fitou cada um dos circunstantes, tomado de compaixão, e declarou, sem alterar-se:

- Então, meus filhos, em todo o tempo que estiverdes na condição de Revoltados, tereis convosco a miséria...

E, desde essa ocasião, rematou Kotchana, todo espírito, enquanto rebelado, não tem para si mesmo senão o azedume da queixa e a penúria do coração.

Ouvi a lenda, retiro o ensinamento que me toca e ofereço a peça aos companheiros reencarnados na Terra, que porventura sejam ainda inutilmente revoltados quanto tenho sido e já não quero mais ser.

***
Espírito: Irmão ‘X (Humberto de Campos)
Médium: Chico Xavier
Livro: Estante da Vida



(a) RONALDO COSTA (O Arrebol Espírita)

MENINO JOÃO HÉLIO – Um Testemunho do Além



- Carta Psicografada do menino João Hélio (menino de 06 anos arrastado em um veículo por assaltantes em 07 de fevereiro de 2007, no Rio de Janeiro).

"Nasci na Gália no ano de 22 AC e desencarnei na Líbia no ano 20 da era Cristã.
Fui oficial da Legião dos Leões que estava na Líbia, Núbia.
Como governador de Al Katrim, me comprazia atrelar na minha biga, que era puxada por dois cavalos velozes, crianças, homens, mulheres, novos e velhos, eram arrastados através da estrada seca e pedregosa daquela região da África.
Os corpos se despedaçavam e eu era exaltado pelos meus pares...
Morri em combate com tropas egípcias e me deparei em uma região profunda, talvez uma caverna.
Muitos gritos aterradores me esperavam.
Fui levado a um estado de total animalidade por 1.500 anos quando servos de Maria me resgataram.
Sendo levado para outro plano, fui aos poucos tendo meu espírito reajustado, minha mente normalizada e meus pensamentos corrigidos.
E compreendi os horrores que cometi.
Que tristeza Deus!
Por 300 anos permaneci em preparo para reencarnação e pedi a graça de receber para desencarne o mesmo destino dado por mim a outros.
No ano de 2001 após busca incessante por quem me recebesse como filho, um casal tiranizado por mim aceitou.
Reencarnei.
Agora em comoção generalizada, como irmão Joãozinho, desencarnei... e agradeço ao Pai ter me atendido dando destino igual ao que dei às minhas vítimas.
Estou em paz, estou na luz.
Resgatei um pouco do meu passado, outros momentos virão.
Confio em Deus."

Titus Aelius (João Hélio).

***
Médium Henrique Leite
Publicado originalmente pelo irmão Carlos Magno
https://www.facebook.com/carlosmagno.rabelobalbino


(a) Ronaldo Costa (O ARREBOL ESPÍRITA)
https://www.facebook.com/o.arrebol.espirita

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

PAZ E ALEGRIA



Mocidade,
Que procuras o Cristo à flor da aurora,
Ao hino excelso da Fraternidade,
Espalhando o Evangelho mundo afora,
Paz e Alegria à aspiração Divina
Que, dadivosa e indômita, te leva
A pairar sobre os pântanos de treva
A que toda a maldade se destina!

Paz e Alegria ao sonho que te induz
Ao trabalho sublime e soberano
De transformar o coração humano
Em templo de Jesus...
Paz e Alegria à flama que em teu peito
Anuncia, brilhando, a Nova Era
De eterna luz e eterna primavera
A inspiração de amor do Cristo eleito!...

Mocidade cristã!
Canta, constrói e crê! Trabalha e aguarda
A bondade de Deus que nunca tarda
Hoje, agora e amanhã...
Seja, agora e amanhã...
Seja o Evangelho o Fúlgido Roteiro
Em que teçamos, de alma iluminada,
Paz e Alegria para a nossa estrada!
Paz e Alegria para o mundo inteiro!

***
Espírito: Carmem Cinira
Médium: Chico Xavier
Livro: Cartas do Coração



(a) RONALDO COSTA (O Arrebol Espírita)

AMARÁS SERVINDO


Ainda quando escutes alusões em torno da suposta decadência dos valores humanos, exaltando as forças das trevas, farás da própria alma lâmpada acesa para o caminho.
Mesmo quando a ambição e o orgulho te golpeiem de suspeitas e de rancores, o espírito desprevenido, amarás servindo sempre.
Quando alguém te aponte os males do mundo, lembrar-te-ás dos que te suportaram as fraquezas da infância, dos que te auxiliaram a pronunciar a primeira oração, dos que te encorajaram os ideais de bondade no nascedouro, e daqueles outros que partiram da Terra, abençoando-te o nome, depois de repetidos exemplos do sacrifício para que pudesses livremente viver. Recordarás os benfeitores anônimos que te deram entendimento e esperança, prosseguindo fiel ao apostolado do amor e serviço que te legaram...
Para isso, não te deterás na superfície das palavras.
Colocar-te-ás na posição dos que sofrem, a fim de que faças por eles tudo aquilo que desejarias se te fizesse nas mesmas circunstâncias.
Ante as vítimas da penúria, imagina o que seria de ti nos refúgios de ninguém, sob a ventania da noite, carregando o corpo exausto e dolorido a que o pão mendigado não forneceu suficiente alimentação; renteando com os doentes desamparados, reflete quanto te doeria o abandono sob o guante da enfermidade, sem a presença sequer de um amigo para minorar-te o peso da angústia; à frente das crianças despejadas na rua, pensa nos filhos amados que aconchegas ao peito, e mentaliza o reconhecimento que experimentarias por alguém que os socorresse se estivessem desvalidos na via pública; e, perante os irmãos caídos em criminalidade, avalia o suplício oculto que te rasgarias entranhas da consciência, se ocupasses o lugar deles, e medita no agradecimento que passarias a consagrar aos que te perdoassem os erros, escorando- te o passo, das sombras para a luz.
Ainda mesmo quando te vejas absolutamente a sós, no trabalho de bem, sob a zombaria dos que se tresmalham temporariamente no nevoeiro da negação e do egoísmo, não esmorecerás. Crendo na misericórdia da Providência Divina e nas infinitas possibilidades de renovação do homem, seguirás Jesus, o Mestre e Senhor, que, entre a humildade e a abnegação, nos ensinou a todos que o amor e o serviço ao próximo são as únicas forças capazes de sublimar a inteligência para que o Reino de Deus se estabeleça em definitivo nos domínios do coração.



***
Espírito: Emmanuel
Médium: Chico Xavier



(a) RONALDO COSTA (O Arrebol Espírita)

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

UM BOM SENTIMENTO NO CORAÇÃO


Dois meninos caminhavam ao longo de uma estrada, que se estendia através de um campo.

À beira do caminho viram um casaco velho e um par de sapatos surrados.

Ao longe vislumbraram o dono que trabalhava naquele campo.

O rapaz mais novo sugeriu que eles escondessem os sapatos, se escondessem eles mesmos, e ficassem ali observando a expressão de surpresa do dono, quando retornasse.

O menino mais velho achou que isso não seria tão bom.

Ele disse que, pelo aspecto da roupa e dos sapatos, o dono deveria ser um homem muito pobre.

Então, depois de falarem sobre o assunto, por sua sugestão, concluíram que tentariam outra experiência: ao invés de esconder os sapatos, iriam colocar uma moeda de prata em cada um, e observar o que o dono faria quando descobrisse o dinheiro.

E foi o que fizeram.

Logo, o homem regressou do local onde trabalhava, colocou seu casaco, calçou um pé em um sapato, sentiu algo duro, levou-o para fora e encontrou um dólar de prata.

Maravilha e surpresa brilharam em seu rosto.

Ele olhou para a moeda uma vez e outra vez, virou-se e não conseguiu ver ninguém ali por perto.

Em seguida, calçou o outro sapato.

Para seu grande espanto, encontrou outra moeda de prata.

Ele começou a chorar, ali, sentado sobre o campo.

Em seguida ajoelhou-se, e ofereceu em voz alta uma oração de agradecimento, na qual falou de sua esposa que estava doente e sem esperança, e sobre seus filhos, indefesos, sem comida.

Fervorosamente, agradeceu a Deus por essa graça, vinda de mãos desconhecidas, e evocou as bênçãos dos céus sobre aqueles que lhe deram a ajuda de que precisava.

Os meninos permaneceram escondidos até ele ir embora. Haviam presenciado toda a cena.

Eles tinham sido tocados por sua oração, e sentiram um calor dentro de seus corações.

Enquanto saíam a pé pela estrada, disse um ao outro: Então, realmente, você não tem um bom sentimento no coração?

Haverá dia em que todos nós, sem exceção, entenderemos porque há apenas um caminho, o caminho do bem.

Haverá dia em que apenas esse tipo de felicidade interior irá nos saciar, em que não mais buscaremos preencher os vazios da alma de outras formas.

Haverá dia em que compreenderemos Jesus e Sua mensagem maior, resumida no amor, simplesmente no amor: a Deus, ao próximo e a nós mesmos.

Enquanto esse dia não chega cabe-nos realizar as pequenas conquistas, dar os primeiros passos, viver as primeiras felicidades autênticas possíveis na Terra.

Percebamos em nosso coração o sentimento que predomina quando podemos ser úteis a alguém, quando, de alguma forma, significamos algo na vida de outra pessoa.

Analisemos esse sentimento, tentemos compreender de onde ele vem, tentemos compreender de onde vem a alegria de ouvir um Você é muito importante para mim.

O amor já está na Terra há muito tempo. Não é segredo para ninguém. Não é propriedade dos sábios, dos doutos. Ele está aí, esperando por mim, esperando por você, esperando por nós.


***
Por Redação do Momento Espírita, com base em trecho do discurso Lições que aprendi quando menino, do Rev. Gordon Hinckley, encontrado no site www.lds.org.


(a) RONALDO COSTA (O Arrebol Espírita)