Valter
Perrone
Nascimento:
4.07.1950
Desencarne:
14.02.1974
Parentesco:
Filho
Perdoem-me
a maneira de iniciar estas linhas, mas meu filho Walter Perrone, uma
semana antes de desencarnar, presenteou-me com um livro espírita
“Entre Duas Vidas”, sabendo, inclusive, que eu talvez não o
lesse, por não mostrar nenhum interesse pela Doutrina Espírita.
Nessa semana falou muito em Francisco Cândido Xavier, mostrando
grande interesse em conhecê-lo. Agiu como se me estivesse mostrando
que iríamos, dias após, ficar mesmo entre duas vidas. Três meses
passados de sua partida, necessitei ser internada, em consequência
do meu descontrole emocional. Fui encaminhada para uma casa de saúde.
No
Hospital Santa Helena. Certa feia quando voltávamos de Campinas,
paramos um pouco no Restaurante Lago Azul. Casualmente, Francisco
Cândido
Xavier estava lá. Meu filho Carlos avistando-o disse-me: “Mamãe,
olhe quem está ali, o Chico Xavier.”
Imediatamente,
fui ao seu encontro. Não tive oportunidade de contar nada do que se
passava comigo. Foi um contato muito rápido. Ele já estava de
saída. Entrou no carro e partiu.
Nunca
tinha visto Chico Xavier pessoalmente. Conheci-o através do Programa
“Pinga-fogo”,
que, aliás, achei muito interessante. Suas palavras naquela noite
tocaram-me profundamente. Achei-o demais ponderado e equilibrado.
Passados
seis meses do desencarne do Walter, mandei celebrar uma missa à sua
alma. Fui para casa, chorava muito. Era como se ele tivesse morrido
naquele dia.
Um
sobrinho veio visitar-me e contou ter sonhado com Walter, que dizia
estar muito bem e
que viria visitar sua velhinha.
Aquelas
palavras soaram como um convite a procurarmos Chico. Com muita
ansiedade, ainda naquele dia, sai à procura de uma amiga, a Sra.
Célia de Carvalho.
Convidei-a
para me acompanhar até Uberaba. Aceitou e fomos.
Em
Uberaba, sozinhas, indaguei onde ficava o Centro de Chico Xavier e
fomos para lá.
Algumas pessoas, em fila, estavam sendo atendidas por ele.
Informei-me e aguardamos. Não consegui
lhe falar. Estava ansiosa. Minha amiga,
conversado com uma das senhoras presentes, soube que o Chico logo
entraria para o receituário. Aflita com isso, acabou por atrair a
atenção de pessoas que informaram o Chico. Voltando-se para nós,
chamou-nos para que sentássemos à mesa. Com esse acontecimento,
tive a certeza de que conseguiria sua palavra.
Não
conhecia e nem sabia da existência da psicografia. Via as pessoas
anotarem seus nomes. Estranhava tudo aquilo.
Falava
comigo mesma: “Hoje em dia tudo se paga. Certamente terei que
pagar.” Perguntei a uma pessoa sentada ao meu lado, se teria que
pagar alguma coisa. A moça estranhou, respondendo que não.
Estávamos num trabalho espiritual. Nesse tempo, Chico voltou e
iniciou a psicografia.
Estava
sentada quase a sua frente, convicta de que
ele iria me dar sua palavra. Via-o
escrever, mas não imaginava o que era aquilo. Falei a um rapaz que
estava perto de mim e ele esclareceu-me. Chico iniciou a leitura da
mensagem.
Fiquei
atenta e quando foi lido “Querida mãezinha”, arrepiei-me toda e
algo me dizia que era o Walter. Cresceu-me a certeza. Não me contive
e comentei com a moça ao lado: “Tenho certeza que é meu filho.”
Era mesmo. Era verdade.
Foi
o meu primeiro sorriso desde a sua morte. Entre lágrimas
falei à minha amiga: “Acontece o que acontecer, sei que Walter não
se esqueceu de mim.” Desse momento em diante, comecei a aceitar a
Doutrina Espírita.
No
segundo encontro, em casa, senti a presença do Walter. Desta vez,
com algum conhecimento pela experiência da primeira reunião,
convidei minha filha Soninha, para que me acompanhasse a Uberaba.
Recebi outra mensagem, muito bonita e bem extensa, que permitiu
inclusive uma identificação com o espírito de Walter, pela
revelação de dados desconhecidos pelo Chico.
O
Hospital Santa Helena, por exemplo, onde ele diz “...foi o primeiro
socorro para tirar a mãezinha daquele estado depressivo...” a
menção da Mariazinha, mãe de seu colega, meu sogro, irmão, irmã,
filho, esposa e a referencia aos médicos da família.
Fiquei
perguntando a mim mesma, como era possível tudo aquilo, porque na
hora da reunião não tinha outros pensamentos a não ser para o
Walter. Admirava-me cada vez mais, pois não conhecia ninguém em
Uberaba, não havia trocado palavras com qualquer pessoa.
Lembrei-me
quando meu sobrinho me falou
do sonho. Meu sentimento foi de que
Walter me esperava lá. Comecei a ligar
os fatos e percebi a afinidade que desde criança tinha comigo. Era
profundamente carinhoso e dizia sempre que queria morrer antes de
mim, pois não suportaria me ver
partir.
Hoje
me encontro dentro da Doutrina Espírita,
interessando-me na leitura de seus livros. Por tudo isso, dou graças
a Francisco Cândido Xavier.
Certo
dia, perguntei-lhe o que poderia fazer por ele, já que nada pede.
Ele respondeu: “Se a senhora puder confortar as outras mães, me
fará bastante feliz.” É o que eu tenho tentado fazer.
Minha
filha Soninha, que tem me acompanhado sempre a Uberaba, não
acreditou na primeira mensagem. Achava que aquilo era balela, não
acreditava em Espiritismo. Acontece que na segunda vez que lá
esteve, Soninha quis, inclusive, fazer um teste, ficando longe de
Chico. Ele não a conhecia. Ela ficou perplexa quando ele a chamou
pelo nome, pedindo que se acercasse de nós. Outro ponto que a deixou
boquiaberta, foi quando Chico psicografava a segunda mensagem de meu
filho e, querendo saber se era dele mesmo, mentalizou um problema
particular seu, aguardando orientação.
A resposta veio. Hoje, Soninha tem verdadeira admiração por Chico.
Grande
parte de pessoas do nosso relacionamento, de formação católica, como
fôramos também, pois hoje adotamos o Espiritismo como Doutrina,
sentem a influencia benéfica de suas mensagens.
Eu
e minha família muito devemos ao Chico, pela paz, segurança e
reencontro conosco mesmo, recebidos através do seu carinho e das
mensagens de que tem sido portador.
Acho
que se todos pudessem viver um pouco do que vive e exemplifica
Francisco cândido Xavier, o mundo seria bem melhor.
(a)
Maria D. Perrone
***
Do
Livro: Amor e SaudadePsicografia: Francisco Cândido Xaviera
Autores: Espíritos Diversos
(a) RONALDO COSTA (O Arrebol Espírita)
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