Carlos
Magno de Tadeu Bassi
Nascimento:
10.07.1960
Desencarne:
30.11.1976
Parentesco:
Filho
César
meu filho mais velho, voltando de Goiânia onde fora passar algumas
semanas na fazenda de seu pai, trouxera um revolver.
Chegando
a São Paulo, guardou a arma no guarda-roupa de sua avó. Em
30.11.76, Cesar, como estagiário da Marinha, procurava seu
fardamento. Não encontrando seus sapatos, Carlinhos dispôs-se a
ajudá-lo na procura. Dirigiu-se ao quarto de sua avó, e ao abrir o
armário, viu o par de sapatos e o revolver que Cesar guardara.
Pediu
ao irmão se podia mostrá-lo a algumas colegas que ali estavam
revisando pontos escolares.
Cesar
concordou. Retirou as balas e entregou-lhe. Nesse meio tempo foi
barbear-se.
Carlinhos,
mostrando a arma para as moças, carregou-a para ver como ficavam as
balas no tambor. Feito isso, retirou-as novamente. Infelizmente não
percebera que uma delas havia ficado. Começou a brincar.
Apontando
o revolver para sua cabeça, pediu à colega para puxar o gatilho,
que não tinha perigo. A menina assustou-se com a brincadeira,
dizendo:
-
Não, Carlinhos, nunca peguei em uma arma, não brinque assim que é
perigoso.
Em
seguida, sorrindo, tornou a colocar o revolver na cabeça e voltou a
dizer:
-
Quer vê como não há perigo, está sem balas, e acionou o gatilho.
Lamentavelmente
a bala ali se encontrava. Cesar ouvindo o tiro, apressadamente tentou
socorrê-lo. Colocou-o no sofá, apanhou uma Bíblia que estava perto
e pediu ao irmão que rezasse. Carlinhos abriu os olhos, sorriu e
tornou a fechá-los.
Cesar
ficou transtornado. Traumatizado, não dormia mais. Culpava-se pelo
acidente. Precisei também entrar em tratamento médico-hospitalar.
Sem
saber como passava meu filho Cesar, internado em outro hospital,
roguei ao medico algum esclarecimento sobre seu estado e, por
telefone mesmo, a resposta foi: se acreditasse em Deus, que orasse
muito.
Com
todos esses acontecimentos e a orientação recebida, rezei muito,
fazendo novenas, trezenas, etc.
Minha
sogra, dizendo ter feito melhor, escreveu a Francisco Cândido
Xavier.
Na
ocasião do programa Pinga-Fogo, em que Chico Xavier esteve, tinha
iniciado alguma leitura de seus livros, onde encontrei muitos
ensinamentos. Minha angustia e meu sofrimento eram grandes demais e,
não suportando esperar uma resposta, fui procurá-lo através de
amigos que tem parentes em Uberaba. Telefonei para a Sra. Maria
Peçanha Santos, sogra do Dr. Paulo Misson, que me informasse os dias
de atendimento de Chico Xavier, e se haveria possibilidade de
consulta. Isto foi numa terça-feira.
Queria
ir imediatamente.
Recebi
como resposta que fosse na sexta-feira, pois os trabalhos do Centro
eram só nesse dia. Assim, saí de São Paulo na quinta-feira e
hospedei-me em sua casa.
Na
sexta-feira, por volta das 16 horas, tomei café reforçado, pois
soube que os trabalhos iriam até tarde da noite. Chegando lá, por
informações, deixei meu nome para o receituário.
Percebi
um número
grande de pessoas, uma multidão. Fiquei desesperada com aquilo e
pensava que não poderia ser atendida. Sem perceber, estava como se
fosse um robô empurrando as pessoas, não me importando se achavam
ruim ou
não. Queria desesperadamente falar e ver Chico Xavier. Acabei
perdendo todos os meus pertences, tal era minha situação. Só sei
que estava com as fotos dos meus filhos uma em cada mão. Mais tarde,
vieram entregar-me a sacola perdida.
Chegando
perto do Chico, segurei suas mãos e gritei:
-
Sr. Chico Xavier, ajude-me. Um filho meu morreu e outro está
hospitalizado, com visitas proibidas. Mostrei-lhe as fotos. Depois
não me lembro de mais nada. Acordei deitada em uma cama num
quartinho ao lado, tomando água e várias
pessoas ao meu redor orando. Havia
desmaiado. Fiquei repousando um pouco mais.
Levantei-me
e, estando mais segura, juntei-me às pessoas que aguardavam o
receituário no salão. Meu estado de saúde não estava nada bom.
Precisava usar o recurso de bomba de ar para poder respirar.
Algumas
pessoas, penalizadas com o meu estado, achavam imprudência ter
viajado, mas não importava, queria mesmo era falar com Chico Xavier.
Terminando
o receituário, sentou-se à cabeceira da mesa, tudo para mim era
novidade; estranhei aquele monte de lápis, aqueles papeis todos e
devagarinho fui tentando achegar-me a ele.
Concentrado,
começou a escrever. Junto dele, olhava a escrita; a primeira pagina
não entendi, mas com o desenrolar e a seqüência do assunto, fui
observando que aquela mensagem estava sendo escrita
para mim. Fiquei tão emocionada que
gritava, tremia, rezava, fazia tudo ao mesmo tempo.
No
final li “mamãe perdoe seu filho
Carlinhos”. Passei a gritar que
nada tinha a perdoar mas abençoá-lo.
Uma
das moças presentes lia a mensagem através de pequeno alto falante,
deixando a multidão em grande tensão; uns estavam totalmente
atentos, outros choravam, outros abraçavam-me chorando comigo,
chamando-me de heroína por ter um filho anjo. Tudo aquilo chegava
aos meus ouvidos sem que tomasse consciência, pois estava atenta
demais à mensagem que, como remédio abençoado, chegava aos meus
ouvidos.
Apesar
da dor que sentia, aquele felicidade parecia como se tivesse algo
sublime, singelo, que não encontro palavras para descrever.
Quando
Chico entregou-me a mensagem, descontrolei-me, e abraçando aquele
original contra o peito, gritava desesperadamente chamando pelo meu
filho.
Depois
de terminado o trabalho, retirei-me eram tantas as ofertas de
condução para São Paulo, daqueles corações bondosos!
Agradecendo-os, despedi-me.
De
volta à casa onde estava hospedada, não encontrei ninguém: estavam
todos na vizinha, numa festinha que ali se realizava. Dirigi-me para
lá, contando o que havia acontecido. Uma senhora, lendo as paginas
psicografadas, teve uma crise de choro, pois disse nunca ter sentido
tanto uma mensagem como aquela trazida pelo Chico.
Achou-a
demais singela. A dona da casa também se pronunciou e, apesar de
professar outra doutrina, comentou:
-
“Com esta mensagem é para se
acreditar no Espiritismo.”
Esta
mensagem trouxe-me muita paz.
Mostrou-me que o espírito existe mesmo. Os assuntos lá contidos são
coisas nunca vistas, se bem que só a assinatura do meu filho é o
suficiente para pô-lo a qualquer prova. Comparando-a com as
cartinhas que tenho dele, da sua infância escolar, até o final de
suas cartas que ficavam sempre sem espaço para a assinatura, está
igualzinho.
Depois
que recorri ao Chico e recebi, graças a Deus, a mensagem, a minha
doença amenizou. Tomei novo impulso e comecei a ver outros
horizontes clareando-me o caminho, tranquilizando-me, tendo forças
para seguir adiante, trabalhando para poder dar condições de amor e
carinho aos meus demais filhos.
Chico
foi o farol que me iluminou para os dias que advirão e, com certeza,
estas minhas palavras estão servindo ainda mais de estimulo para mim
mesma, pois cada vez que sou solicitada ao assunto, apesar da
saudade, encontro forças suficientes para dizer que Carlinhos não
morreu, que está no aprendizado divino, que no amanha estará
levando sua mensagem de amor e paz a outros corações que estarão
na mesma situação em que me encontrei. Que Deus possa dar
tranqüilidade a todos os seres em dificuldade como essa que acabei
de relatar.
Aproveito
a oportunidade para agradecer a Deus por me ter concedido a graça de
conhecer Francisco Cândido Xavier.
Desejo
de coração aos que ainda não conhecem a Doutrina Espírita, sem
intenção de converter a ninguém, que procurem ler, procurem
conhecer, para dissipar de seus corações as duvidas infundidas por
pessoas, ou melhor, por irmãos que a desconhecem.
Nossa
responsabilidade no falar está intrinsecamente relacionada com a
responsabilidade no pensar. Devemos falar sobre o que conhecemos. O
que desconhecemos devemos procurar conhecer. Kardec está nos livros
e Chico está em pessoa.
(a)
Maria
Luiza Vieira
***
Do
livro: Amor e
Luz
Médium: Chico Xavier
Espíritos Diversos
Médium: Chico Xavier
Espíritos Diversos
(a) RONALDO COSTA (O Arrebol Espírita)
https://www.facebook.com/o.arrebol.espirita
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