ADILSON
GONZAGA PEZZINI
Nascimento:
21.09.1964
Falecimento:
16.04.1982.
O
Sr. Luiz Gonzaga Pezzini, em conversa, dissera-nos das noites mal
dormidas, saudades em sim, busca inconsolável do rosto do filho, o
seu sorriso de alegria, os trejeitos de jovem ágil, esperto, energia
juvenil.
Adilson
Gonzaga Pezzini, aproximando-se dos dezoito anos, vivia com todo
ardor. A flor da juventude brotava em sua juvenilidade, fazendo-o
crescer entre os que conviviam consigo no contrato diário de suas
atribuições.
Ambicioso
em seus objetivos; cursara com muita facilidade nos Colégios Nossa
Senhora da Paz e Escola Estadual Presidente Roosevelt, o primeiro
grau. No Colégio Sul Americano o segundo grau, iniciando logo depois
no Objetivo, cursinho através do qual pretendia alcançar melhor
condição para completar os sonhos futuros.
Estudou
ativamente o inglês no English Center. Sonhava conhecer os Estados
Unidos sem saber explicar sua simpatia àquele país. No Colégio
Dante Alighieri estudou o italiano para aproveitar a viagem e visitar
os parentes de seu pai na Itália. Os pais facilitaram-lhe a
aquisição da passagem para completar seu desejo. Regressou
entusiasmado, pedindo aos pais para fixar residência nos EUA a fim
de fazer um curso de Energia Nuclear.
Em
16.04.1982, a fatalidade toma-lhe a dianteira e o leva de volta às
Regiões Espirituais, onde iria criar novos planos, agora na sua vida
de origem. Fora atropelado próximo ao Shopping Center Ibirapuera.
Os
pais não se conformaram. Difícil foi aceitarem a situação.
Criavam em si imagens, destruíam as possibilidades de reerguimento.
O Sr. Luiz adoecera, perdera a vontade de viver. O único filho
partira de maneira brusca, rapaz que tantas alegrias trouxera aos
familiares. Não entendia a mudança radical que lhes acontecera. D.
Maria Domingas Pezzini, esposa e mãe de Adilson, preocupava-se
muito, pois seu marido definhava. Rogara a Deus, algo pudesse
acontecer que mudasse a situação angustiante que estavam passando.
A luz se fez em seu caminho quando a família Mazzeo, compadecida,
convida-os para uma viagem a Uberaba.
A
Misericórdia Divina envia o socorro para esta família triste.
Francisco Cândido Xavier em sua bênção mediúnica, recebe a carta
do jovem. Relata com minudências os projetos que só os pais
conheciam. Lembra na fase de sua recuperação os ensinamentos do pai
que o ajudaram muito. O Sr. Luiz o alertara: “em
qualquer situação difícil que encontrasse na vida, nada o devia
apavorar”.
Concita
os pais a se motivarem no trabalho aos órfãos de mães espirituais
que rogam auxílio aos filhos na Crista Terrena. Demonstra a falta de
amparo a essas crianças. Premidos por esse alerta, o casal Pezzini
dedica-se ao socorro às muitas casas de caridade, ora no trabalho
manual, ora na assistência financeira, ora na confecção de roupas
e agasalhos. Conquanto seus corações orvalhados pelas saudades, a
saúde e a alegria são a tônica que torna a edificar o lar dos
Pezzini, estruturado agora com base no trabalho de amor ao próximo.
Esclarecimentos
necessários de pessoas ou Fatos constantes na mensagem que se seguirá:
PAIS:
Maria
Domingas Pezzini E Luiz Gonzaga Pezzini
AVÓS:
Mariana
Custódia Trindade – materna (Nascida em 1888 e Falecida
em 1975) e Prudente
Barbosa – materno
Ida
Scatema – paterna/Desencarnada em 1963.
TIA:
Oliva
Rosa Martins Fora em ajuda a Adilson quando internado no Hospital
Santa Paula, casa de socorro em São Paulo.
AMIGO:
Paulo,
amigo de Adilson no curso objetivo, estava em
sua companhia no Shopping Center Ibirapuera.
(NOTA:
Os nomes de pessoas ou fatos foram antecipados, para melhor identificação
por ocasião da leitura da mensagem do espírito.)
MENSAGEM
DE ADILSON GONZAGA PEZZINI
Querida
Mãezinha e Papai Luiz:
Estou
presente em companhia do meu avô Prudente Barbosa, que me trouxe,
informando que os pais queridos esperavam informações a meu
respeito.
Mãezinha
querida e querido papai; compreendo que as nossas dificuldades não
foram pequenas. Tantos sonhos se desfizeram de uma só vez, qual se
fôssemos atingidos por uma bomba de destruição.
Lembro-me
de tudo. Aquelas nossas esperanças de um diploma na Engenharia
Nucelar, aqueles planos de volta aos Estados Unidos, a fim de
aperfeiçoar-me nos estudos, tudo aquilo que eu desejaria ter sido
para meu pai, no companheiro que ele sempre aguardou de minha
presença e todos aqueles projetos de amor e família que eu e mamãe
arquitetávamos, caíram de imprevisto, à frente de um carro em
disparada.
Saíra
com o Paulo e conversávamos sobre as nossas atividades no Objetivo,
quando falei ao colega da necessidade de regresso a casa.
Preparei-me.
Eu que tanto me preservava contra acidentes que chegavam a me
preocupar especialmente com a mamãe, aconselhando-a a tornar-se mais
atenta e vigilante quando nas vias públicas, acreditei que a Avenida
estivesse com o movimento reduzido e quase ao tomar o ônibus para a
nossa casa na Conde de Sazerdas, um carro bege se precipitou sobre
mim.
Nada
mais me ficou na memória, senão a cor do veículo, porque me senti
cortado de vários modos com uma sensação de sofrimento impossível
de descrever.
Escutei
gritos, petições de socorro... Imaginei como seria reconfortante
para eu voltar aos pais queridos, a fim de me tranquilizar.
Achava-me consciente, no entanto, não mais controlava os meus
impulsos.
Colocaram-me
dentro de um veículo que suponho fosse uma ambulância, porque não
dispunha de forças para verificar o que me ocorria. Escutei vozes,
afirmando que seria conduzido a um Pronto-Socorro e nada podia opor
ao que desejassem fazer de mim...
Lembrei-me
da oração e recordei as preces da Mamãe Domingas, quando me
acalentava de pequenino. Concentrei-me em Deus e lembrei as imagens
de
Jesus
que a Mãezinha me apresentava para que eu tivesse confiança no Céu,
e confesso-lhes
que chorei, não de revolta, mas porque a impossibilidade de voltar a
casa era ali manifesta.
Passei
de maca para outra maca, na qual me conduziram ao Hospital Santa
Paula, segundo ouvia dizer em torno de mim. Pensei que Jesus estaria
satisfeito com a minha conformação, lembrando os ensinamentos da
Mamãe, em nosso recinto doméstico, e esperei, reconhecendo que
continuava a perder sangue.
Mas
de um médico me observava com bondade, iniciando tamponagens aqui e
ali, quando vi que as paredes se transformavam...
O
ambiente desaparecia, mas expressei em oração um pedido a Deus, no
qual rogava não permitisse me retirar dali, enquanto não soubesse
de meus pais perto de mim...
Uma
força vigorosa me sustentava... Escutei um médico sensibilizado a
dizer para outro que as minhas possibilidades de sobrevivência
haviam terminado...
Realmente,
procurei movimentar as pálpebras e não consegui. Tentei levantar
algum dedo das mãos, entretanto, isso também não me foi possível.
Por alguns minutos estivesse assim, atirado a uma inércia que não
sei definir, quando ouvi um tanto longe, a voz da Mamãe a chamar-me:
Meu
filho, meu filho.
Bastou
ouvir essas palavras e quero contar ao Papai Luiz que uma paz enorme
veio a mim...
De
pensamento firme na atenção, notei que uma névoa me envolvia todo
o corpo. Não mais ouvi alguém e nem senti mais qualquer dor.
Do
seio daquele lençol, fluído e movente se
destacou um rosto com expressão de bondade e entendimento. Depois
daquela face amiga, duas mãos me acariciaram e eu, então, dormi...
Só
mais tarde vim, a saber, que o vovô Prudente me viera buscar para
novo lugar de saúde, em que despertei, crendo que seria objeto de
tratamento cirúrgico especial, num Instituto da Terra mesmo...
No
entanto, com paciência e carinho, meu avô me apresentou as duas
senhoras que me auxiliaram. Devia chamá-las por vovó Mariana
Custódia e por Vovó Ida...
Porque
ainda indagasse por esclarecimentos mais explicativos, o vovô, com
um sorriso permanente, me deu a conta de minha situação. Perdera o
corpo transitório e estava ali no corpo verdadeiro...
Devia
conformar-me.
Qualquer
impaciência de minha parte doeria em meus pais, aumentando-lhes a
dor. Foi o momento em que me detive nas instruções de meu pai.
Não
devia me apavorar
em circunstância alguma. Nascera homem e na condição de
homem
deveria viver forte e em calma, fossem quais fossem os
acontecimentos.
O
meu tratamento de recuperação foi breve e, em companhia de vovó
Mariana, pude regressar ao nosso ninho doméstico. Vi os pais
queridos chorando, desolados...
Tudo
tristeza onde reinaram tantas alegrias!
Quantos
dias haviam decorrido até a data em que os revia?
Ainda
não sei dizer...
Venho,
porém, agora até aqui pedir-lhes
aceitação das Leis de Deus.
Pai
querido, a sua bondade não me perdeu. Estaremos mais juntos. E a
Mamãe e a tia Olívia terão em mim um companheiro mais constante.
Ainda estou em fase de transição, mas estou bem. Saudade é o único
empecilho que me experimenta a capacidade de suportar...
Entretanto,
rogo aos pais queridos não perderem a esperança e a alegria. Deus
nos ofertará outros meios de agir e servir.
Mãezinha,
recorde os filhos de outras mães que não puderam ficar na Terra.
Eles são muitos. Sentem vontade de tomar refeições em horas certas
e precisam se agasalhar.
Essas
mães que vieram para cá igualmente não morreram e saberão ser
agradecidas ao esforço que meus queridos pais consigam desenvolver,
em favor de alguma criança desvalida.
Não
precisam refletir em obras gigantes. Um menino que se veja amparado é
uma viga de trabalho para o futuro. Digo isso, Mamãe porque não a
desejamos chorando tanto...
Reconheço
que a saudade nos obriga a chorar, mas espero que as nossas lágrimas
incluam agradecimentos a Deus, porque se as Leis de Deus me afastaram
do corpo, quando mais sonhávamos com o futuro, isso quer dizer que
Deus nos enviou o melhor. Se não devia sair futuramente do Brasil, é
porque isso talvez não fosse útil para nós.
Presentemente
disponho de tempo e decisão para estarmos mais unidos, tanto quanto
nos seja possível. Mãe querida e querido Papai Luiz, o tempo
escorre de nossos dedos. Não devo tomar mais tempo, a fim de
relatar-lhes pormenores que não interessam. Dei o meu recado. Falei
de mim e pude abraçá-los.
Diz o Vovô Prudente que devo estar satisfeito. E estou, porque
preciso aprender a ser calmo e útil.
Papai
Luiz e querida Mãezinha, desejo que saibam da continuidade do meu
amor e do meu carinho. Amo aos dois cada vez mais e como sempre,
serei o traço de união a reuni-los comigo para sempre.
Não
estou sabendo finalizar esta carta. Tenho o gosto de lágrimas na
garganta. Creiam que é saudade, uma saudade muito grande dos pais
que amo tanto, mas Deus tudo remediará e continuaremos a ser
felizes.
Querido
Papai Luiz e Querida Mãezinha, peço-lhes
para que me abençoem; beija-lhes as mãos queridas, o filho que lhes
pertence...
(a) ADILSON.
**
“Um
menino que se veja amparado é uma viga de trabalho para o futuro”.
ADILSON
GONZAGA PEZZINI.
**
AGRADECIMENTOS
A
dor nos faz compreender quanto ausente se esta de Deus, e foi por ela
que procuramos o abençoado Francisco Cândido Xavier, que nos
restituiu a confiança e a fé no futuro de nossas vidas.
Adilson
continua conosco, sempre vivo.
O
agradecimento da família Pezzini.
***
Do Livro: Amor e Saudade
Psicografia:
Francisco Cândido Xavier
Autores: Espíritos Diversos
(a) RONALDO COSTA (O Arrebol Espírita)
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