O Arrebol Espírita

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

A CASA ESPÍRITA


A ti, alma irmã, que está chegando a esta Casa pela primeira vez, queremos oferecer as boas-vindas.
Esta é uma Casa cujas atividades se baseiam no Evangelho de Jesus e na Codificação do Espiritismo por Allan Kardec.
Aqui encontrarás inúmeros trabalhadores na arte de servir, a fim de serem felizes com a felicidade alheia.
Não suponhas, porém, que, pelo fato de estarem ligados a esta Casa, os tarefeiros que encontrares estão isentos de provas e dificuldades.
Assim, como tu, eles lutam e sofrem, esforçando-se para superar a si mesmos, dentro dos problemas do mundo.
Aqui encontrarás médiuns dedicados e prontos a servir. Não os tenhas, contudo, na conta de criaturas privilegiadas pelo Alto.
Assim como tu, eles lutam e sofrem, tendo recebido a faculdade mediúnica como empréstimo da espiritualidade, a fim de pagar as dívidas contrariadas no passado.
Aqui encontrarás orientadores esforçados na tarefa de difundir e esclarecer sobre a Doutrina Espírita. Não os tenha, porém, como sábios inquestionáveis.
Assim como tu, eles lutam e sofrem, porque não vivem alheios às dificuldades comuns ao mundo, sendo o seu maior esforço exemplificar, na prática, aquilo que anunciam da tribuna.
Aqui encontrarás tarefeiros dedicados ao serviço do passe magnético, inseridos na sublime tarefa de transmitir energias refazedoras aos mais necessitados.
Entretanto, não consideres portadores de faculdades especiais, capazes de efetuar prodígios restauradores do físico.
Assim como tu, eles lutam e sofrem, carregando, muitas vezes, dores maiores que as tuas, perseverando, porém, na tarefa a que se dedicam.
Encontrarás, enfim, irmão de jornada, matriculados nesse ou naquele serviço, prontos a atender-te, impulsionados pela fraternidade. Não os consideres, entretanto, criaturas infalíveis e detentoras de toda a verdade.
Assim como tu, todos eles sofrem e lutam, a fim de superarem as próprias imperfeições, com o único objetivo de conquistarem em si mesmo o amor em ritmo de constância, para que alcancem a paz e a felicidade.
E se, por algum motivo, sentir-te tomado pelo desejo de gratidão em virtude de algum benefício que, nesta Casa, vieres a alcançar, Lança o teu pensamento a DEUS, e a Ele, somente a Ele, agradeças, porque, assim como tu, nós todos que laboramos nesse serviço somos os eternos recebedores das bênçãos do Pai.
***
Mensagem: Médium CLAYTON B. LEVI
Vídeo: Visita Pessoal a Federação Espírita de São Paulo.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

AMPARO OCULTO





Não lamentes, alma boa,
Contratempo que aconteça,
Que a luta não te esmoreça,

Nada existe sem valor;
Aquilo que te parece
Um desencanto de vulto
É sempre socorro oculto
Que desponta em teu favor.

Uma viagem frustrada,
Uma festa que se adia,
Uma palavra sombria
Que encerra uma diversão;
O desajuste num carro,
Um desgosto pequenino,
Alteram qualquer destino
Em forma de salvação.

Não chores por bagatelas,
Guarda a fé por agasalho,
Deus te defende o trabalho,
Atuando em derredor;
Contrariedades no tempo,
Quase sempre, em maioria,
É amparo que o Céu te envia
Por bênção do mal menor.


***
Espírito: Maria Dolores
Médium: Chico Xavier
Livro: Somente Amor



(a)  RONALDO COSTA (O Arrebol Espírita)

A CONQUISTA DA SERENIDADE

Um dia amanhece, glorioso, com a luz do sol atravessando as folhas. Silêncio que é quebrado pelo som dos passarinhos que acordam.

Murmúrio de regatos que cantam, perfume de relva molhada pelo orvalho da noite. Será isso serenidade?

natureza oferece ao homem a oportunidade do silêncio externo, o exemplo da calma. Mas sozinha, ela, a natureza, será capaz de trazer a paz interna?

Muita gente diz assim: Vou sair da cidade, a fim de descansar. Quero esquecer barulho, poluição, trânsito.

Essa é uma paz artificial. Em geral, depois de alguns dias descansando, a pessoa volta para a cidade e aos ruídos da chamada civilização. E ainda exclama ao chegar: Que bom é voltar para o conforto da cidade.

E, nas semanas seguintes, enfrenta novamente os engarrafamentos de trânsito, o som constante das buzinas, a fuligem. A comida engolida às pressas e o estresse do cotidiano estão de volta.

Então vem a pergunta: Será que realmente a serenidade existe em nossa alma? Se ela estivesse mesmo em nós, não teríamos de deixar o local em que vivemos para encontrar a paz, não é mesmo?

A conquista da serenidade é gradativa. A natureza não dá saltos e as mudanças de hábitos arraigados ocorrem muito lentamente. Não se engane com isso.

Muita gente acredita que a simples decisão de modificar um padrão de comportamento é suficiente para que isso aconteça. Mas não é assim.

Um antigo provérbio chinês traduz muito bem essa dificuldade. Ele diz assim: “Um hábito inicia como uma teia de aranha e depois se torna um cabo de aço”. O mesmo acontece em nossa vida.

E a conquista da serenidade não escapa a essa lógica de criar novos hábitos, de reeducar-se. Sim, pois tornar-se pacificado é um exercício de autoeducação.

pessoa educa-se constantemente. Treina a paciência, o silêncio da mente. É uma conquista diária, um processo que vai se instalando e se fortalecendo.

E por onde começar? O melhor é iniciar pelo dia a dia. Treinando com parentes, amigos, colegas de trabalho. Não se deixando perturbar pelas pequenas coisas do cotidiano.

Das pequenas coisas que irritam, a pessoa passa a adquirir mais força para superar problemas mais graves, situações mais complexas.

Aos poucos, suaviza-se o impacto que os outros exercem sobre nós. Acalma-se o coração, domina-se as emoções, tranquiliza-se a mente.

O resultado é o melhor possível. Com o passar do tempo, a verdadeira paz se instala. E mesmo em meio aos ruídos de todo dia, o homem pacificado não se deixa perturbar.

É como um oásis em meio ao caos da vida moderna. Um espelho de água em meio a tempestades. Esse homem, em qualquer lugar que esteja, traz a serenidade dentro de si.

Experimente começar essa jornada hoje mesmo. Vai torná-lo muito mais feliz.

A serenidade resulta de uma vida metódica, postulada nas ações dinâmicas do bem e na austera disciplina da vontade.

Mantenhamos a serenidade e a nossa paz se espalhará entre todos.

***

FREI DAMIÃO - O Irmão da Caridade.




Frei Damião vivia numa choça,

A mais humilde que idear se possa,
Um recanto perdido, entre serros perdidos,
Amparando aos doentes e aos caídos.

Mãos calosas na gleba, ele mesmo produz
O pão que come e a roupa que o reveste
E agora mais cansado, mais sozinho,
Acolhe os viajantes do caminho,
Quais se fossem Jesus.

Era assim que vivia o servo do Senhor:
Coração transformado em pousada de amor.
Aos romeiros sem lar, de visita à choupana,
A lhe pedirem rumo, amparo e vida nova
Sabia atenuar os rigores da prova,
Doando-lhes consolo à rude estrada humana.

Fosse ao pranto de mãe, fosse a triste mendigo,
Aos enfermos sem fé que o desespero alcança,
Aos famintos de pão, às almas em perigo
Entregava o socorro e a bênção da esperança.

Assim envelhecera Frei Damião
Sentindo Jesus Cristo em cada coração.

Quanto tempo vivera não sabia,
Auxiliava a todos, noite e dia...

Mais tarde, adoeceu... E, mesmo assim,
Curvado para a Terra, erguia as mãos trementes,
Socorrendo viajores e doentes,
Embora sempre a febre a recordar-lhe o fim...

De corpo gasto e desarticulado,
Numa noite de gelo, ele escuta um chamado:
- Damião, Damião, há mau tempo, abre a porta,
Liberta-me do frio que me corta!...

Levanta-se o velhinho e abre a cabana estreita,
Vê diante de si um enfermo que se arrasta,
Nota-lhe o corpo em lepra, a desfazer-se todo,
É um pedinte de estrada em chaga, sangue e lodo...

- Abriga-me hoje só - ele diz, suplicante.

- Damião não vacila e dá-lhe o próprio teto.

Lá fora, a ventania é o tumulto completo.
Ulula o furacão desatado e violento,
Tombam troncos viris aos arrancos do vento...

- Tenho fome, Damião - clama o recém-chegado -
O velhinho febril treme, avança, tateia,
Procura o pão guardado
E dá-lhe o pão que tem, entre o prato e a candeia.

- Tenho sede, Damião, pede o estranho viajor,
Trago a garganta em fogo, em tremenda secura...
Damião traz-lhe um pouco de água pura
E o pobre continua, em voz lenta e magoada:
- Tenho frio, Damião, sofri muito na estrada...
O irmão da caridade não hesita,
Dá-lhe a pele de uso que o recobre,
Entretanto, o infeliz, tão triste quanto pobre
Exclama: - estou cansado, a inquietação me agita,
Ajuda-me a dormir
Quero um leito, Damião...
Damião dá-lhe o leito e se deita no chão.
Mas o pobre na cama, agasalhado e quente
Roga em pranto: - Damião, tenho o corpo doente,
Aquece-me, por Deus, tenho a carne ferida,
Vem a mim!... Teu calor pode salvar-me a vida!...

Damião não vacila, ergue-se com carinho,
Ele conhece a dor dos tristes do caminho...
Lembra outras noites más, chuvosas e nevoentas,
E abraça-lhe, ao deitar-se, as chagas purulentas...

Mas nisso a choça escura se ilumina...
Damião sente um choque... E busca o itinerante
Mas já não vê o pobre suplicante...

Erguera-se o mendigo,
Mostra um rosto diverso e um sorriso sereno...
Ajoelha-se, à pressa, o irmão dos infelizes
E no pranto a banhar-lhe o rosto em cicatrizes,
Reconhece no estranho o Mestre Nazareno.

Ele fita em Damião o olhar de amor e luz,
E enquanto a tempestade estraçalha o arvoredo,
Como quem sente o Céu em divino segredo,
Damião deslumbrado,
Tendo o Amigo Celeste, lado a lado,
Diz apenas: Jesus!...

O Mestre se aproxima e fala-lhe, de manso:
- Damião, vem comigo,
Encontrarás agora o tempo do descanso...

No outro dia, mais cedo, outro irmão aparece
Vem rogar a Damião a bênção de uma prece,
Mas verifica em mágoa e desconforto:
O irmão da caridade estava morto,
No entanto, qual se o corpo imóvel resguardasse
Recôndito vigor,
Trazia na algidez da própria face
Uma expressão de paz e um sorriso de amor.

***
Espírito: Maria Dolores
Médium: Chico Xavier
Livro: Coração e Vida


(a)  RONALDO COSTA (O Arrebol Espírita)


sábado, 12 de dezembro de 2015

MANIFESTAÇÕES DE CRIANÇAS


Pergunta – Como encarar a manifestação de uma criança apavorada, que se diz num lugar escuro, onde apanha muito?
Há três possibilidades: trata-se de uma mistificação do Espírito, com a intenção de envolver o grupo; uma fantasia anímica do médium, que guarda afinidade com crianças, ou um desajuste do comunicante, que regrediu a um comportamento infantil, como acontece, não raro com doentes mentais.
Resposta – E quando se trate de Espírito imaturo, desencarnado na infância, não seria interessante o esclarecimento que poderia receber?
Seria totalmente ocioso. Geralmente o adulto recém-desencarnado, sem nenhuma noção sobre a vida espiritual, enfrenta dificuldades de adaptação em virtude de seus comprometimentos com os vícios, as paixões, as ambições do mundo. A criança não tem esse problema.
P) – Por quê?
Ao reencarnar o Espírito adormece e somente começará a acordar para a vida física a partir dos sete anos, quando se completa a reencarnação. Até então não detém o comando de sua existência, nem a possibilidade de envolvimento com as seduções da vida física. Embora possa trazer tendências inferiores cultivadas em existências pretéritas, elas ainda não se manifestaram e nem o comprometeram, razão pela qual a criança é considerada o símbolo da inocência.
P) – E o que acontece com as crianças recém-desencarnadas?
São imediatamente recolhidas por familiares ou mentores, que lhes darão ampla assistência. Se são Espíritos evoluídos, retomam a personalidade anterior. Se de mediana evolução, conservam a condição infantil, que será superada com o tempo, como ocorre com as crianças na Terra. Podem, também, retornar à reencarnação.
P) – Isso significa que crianças nunca se manifestam em reuniões mediúnicas?
Pode acontecer, mas em caráter de exceção. Um Espírito evoluído que desencarnou em tenra infância, atendendo à sua programação evolutiva, já reintegrado na vida espiritual, poderá manifestar-se como criança, com o propósito de consolar seus pais.
P) – Como deve o doutrinador agir quando lidando com suposta manifestação de criança?
Conversar normalmente, mas com a sutileza de quem sabe que está lidando com uma das três situações a que nos referimos, dispondo-se a abordar o assunto com o grupo, após a reunião, para os esclarecimentos necessários.
P) – Há grupos espíritas que se dizem especializados em doutrinar crianças desencarnadas. Como situá-los?
Provavelmente estão sendo envolvidos por Espíritos mistificadores, que exploram a ingenuidade dos participantes. As pessoas emocionam-se quando um Espírito situa-se como uma criança que estava sendo judiada num antro escuro da espiritualidade, sem considerar o absurdo de semelhante idéia. E onde estavam os mentores e familiares desencarnados, a permitir que isso acontecesse com um inocente?
P) – Além dos argumentos apresentados, que mais se poderia dizer para os que têm dificuldade em aceitar que crianças desencarnadas não precisam de reuniões mediúnicas para receber ajuda?
É significativo considerar que não há uma única manifestação de criança nas obras de Allan Kardec, principalmente em O Livro dos Médiuns, o grande manual de intercâmbio com o Além, nem nos livros de André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, onde temos a mais clara e objetiva visão do relacionamento entre o plano físico e espiritual.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

A IMPORTÂNCIA DA ORAÇÃO (Prece ou Reza)



“Mas quando vos puserdes em oração, se tendes alguma coisa contra alguém, perdoai-lhe, para que também vosso Pai, que está nos céus, vos perdoe os vossos pecados. Porque se vós não perdoardes, também vosso Pai, que está nos céus, vos não há de perdoar vossos pecados.” (Marcos, XI: 25-26.)

Através da prece nos colocamos em sintonia com as forças superiores da vida. A oração nos permite um contato direto com a Providência Divina, onde podemos agradecer tudo que recebemos, pedir mais ajuda e apoio dos Benfeitores Espirituais ou exaltar a grandeza e a benemerência de Deus para conosco.

O importante é que tenhamos o salutar hábito de orar.

Para tanto, não será preciso pedir que façam preces por nós, uma vez que temos plenas condições de fazê-las, com a vantagem de poder expressar nossos sentimentos mais íntimos e informar ao Pai Celestial as nossas reais necessidades.

Também a prece deve ser um ato espontâneo do nosso coração, não devendo, obrigatoriamente, existir fórmulas determinadas, horários específicos, locais fixos, palavras decoradas. Deve ser sincera, objetiva e revestida de sentimentos quando procuramos por Deus, na condição de filhos que anseiam pela assistência e proteção de um Pai amoroso e bom, a qualquer momento, do nosso jeito e em qualquer lugar.

Obviamente, que sendo possível, melhor será fazê-la num clima de recolhimento íntimo, no silêncio do nosso coração, para com mais serenidade manifestar nossos pensamentos, mas, em hipótese alguma, estamos impedidos de orar em outras condições.

Uma vez que mediante a prece entramos em contato com a Providência Divina, expondo as nossas necessidades e carências, será natural que sejamos atendidos de conformidade com os nossos méritos, pois “a cada um segundo as suas obras (Mateus 16,27)”. Assim sendo, não teremos condições morais de pedir a Deus que nos ajude a superar as falhas que temos, sem antes perdoar aqueles que erraram contra nós.

Com a mesma intensidade que perdoamos os que nos ofenderam, Deus, que é extremamente justo, perdoará também os nossos equívocos.

Recolheremos excelentes resultados começando o nosso dia com uma oração. Nela podemos agradecer a noite que tivemos e pedir proteção divina para o dia que nasce, onde, por certo, inúmeros desafios encontraremos, e, à noite, apresentando a nossa gratidão pelo dia vivido, solicitando amparo para o nosso sono e revigoramento das forças.

Devemos orar, também, na eminência de um perigo, em momentos de grandes decisões, por um irmão doente, em favor de criaturas que passam por necessidades e sofrimentos, pelos que vivem à margem do caminho, por aqueles que seguem pela vida causando danos à sociedade. Enfim, uma prece, seja ela para que fim se destinar, será sempre um recado de esperança na direção da paz que a humanidade busca.

“Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á” (Jesus-Mateus, VII: 7). Analisando essa frase de Jesus, não resta nenhuma dúvida de que precisamos dizer à Providência divina o que queremos, e ela, diante do nosso merecimento, atenderá o que for de direito e necessário para o nosso adiantamento espiritual.

Sendo um valioso recurso à nossa disposição, criemos o hábito de fazer preces...

Reflitamos.

***
Mensagem: http://www.oconsolador.com.br
Vídeo:https://www.youtube.com/watch?v=W5psiB6jnS4