Wady
Abrahão Filho
Nascimento:
16.02.1956
Desencarne:
06.07.1973
Parentesco:
Filho
Em
meados de setembro de 1973, Chico, em noite de autógrafos no Centro
Espírita Perseverança, chegou no momento que mais necessitávamos
de conforto.
Pessoa
muito amiga e, conhecedora do nosso problema, sugeriu a Áxima, minha
filha, que procurássemos Chico Xavier. Ouvia muita coisa boa e
bonita a seu respeito.
Ela,
temerosa, não sabia como nos falar, pois católicos que éramos e
sem conhecermos nada de espiritismo, achou que não aceitaríamos a
sugestão. Ao contrário,
Jandira, minha esposa, numa ansiedade atroz, queria a todo custo
encontrar algo que nos tirasse daquele sofrimento. Havíamos até
combinado em por termo à nossa existência. Dentro do meu
descontrole, cheguei a dormir dentro do jazido com meu filho.
À
noite desculpava-me com os meus familiares e dizia ir a minha
indústria e desviava-me ao cemitério. Ludibriava o vigia e
sorrateiramente introduzia-me em sua sepultura. Deitando-me na lapide
superior. Ficava horas junto dele. Achava que Wadizinho tinha medo de
dormir sozinho. Várias
vezes fui surpreendido, traído pela fumaça dos meus cigarros que
fumava durante o tempo em que ali ficava. Certa feita até a Radio
Patrulha foi solicitada, quando tive de justificar minha atitude.
No
meu sofrimento não admitia e não aceitava nada. Além de que não
tinha interesse em dialogar com ninguém. Devido à insistência dos
meus familiares, cedi ao convite e fui ao referido centro.
Com
a experiência adquirida na minha juventude e no transcorrer de minha
vida, em vista de minha mãe ter estado doente por mais de 13 anos,
vi-me obrigado a percorrer e procurar tudo que fosse possível para
restabelecê-la. Fui a lugares inimagináveis. Coisas absurdas me
apareceram.
Frequentei
ano e meio o Circulo Esotérico, na comunhão de pensamentos. Fui
congregado mariano, por demais devotado, e acima de tudo tenho um
espírito muito observador. Quando na presença de Chico, vi naquela
criatura a inocência de um ser puro. Tanto é que a impressão de
Jandira, era de estar na presença de uma joia
muito singela e rara para os nossos dias. Cumprimentou-nos,
autografou seu livro e ofereceu um botão de rosa para minha esposa.
Não
tivemos tempo para conversar. Compreendi que todos tinham os mesmos
desejos de estar em sua presença. Passado algum tempo, nossa vizinha
Sra. Esmeralda Cerboncini, em comentários com minha filha,
mostrou-lhe a mensagem de seu filho Charles, psicografada por Chico
Xavier e publicada no livro Entre Duas Vidas, edição CEC.
Orientou-nos.
Caso fossemos procurá-lo, não nos preocupássemos em querer
noticias no mesmo dia, pois recebeu sua mensagem após inúmeras
viagens.
Áxima
trouxe-nos a mensagem e despertou-me o desejo de ir a Uberaba em
busca de Francisco Cândido Xavier. Fomos em 23.11.73, leigos
totalmente do que se passava, ignorávamos como proceder.
Estranhamos
sua maneira de psicografar, nunca havíamos visto. Neste dia quando
fomos ao encerramento dos trabalhos, Chico chamou pelo nome: Áxima,
Áxima... Jandira adiantou-se a todos, respondeu: “Sr. Francisco,
Áxima é minha filha.
Viemos
aqui porque perdi meu filho”. Carinhosamente Chico retrucou:
-
Não, a senhora não perdeu o filho. Seu filho é um apóstolo de
Jesus.
Mesmo
assim, fiquei no firme propósito que nenhum de nós falasse ou
comentasse algum ponto sobre o desencarne de Wadizinho, com qualquer
pessoa. Muito
menos
com Chico. Meus familiares, fiz questão de que ficassem junto a mim,
para que pudesse fiscalizá-los. No hotel, coloquei o telefone perto
da minha cama, sem que percebessem meu intento, pois achava que
poderiam telefonar para alguém. Tomei todas as providencias para que
não houvesse o mínimo contato.
No
dia seguinte lá estávamos novamente. Sentamos e aguardamos.
Comentava-se
o Evangelho. Chico psicografou. Quando terminou e leu a mensagem
ficamos muito surpresos. Wadizinho trazia sua mensagem. Seu conteúdo
era todo esperança, dissipava a saudade, mostrava-nos a realidade.
Pedia
que transmitíssemos seus agradecimentos aos colegas do Colégio e do
grupo da Comunidade Unida a Cristo, na qual era coordenador.
Incentivava-nos
a construirmos um Natal Feliz, junto às criancinhas, pois sabíamos
de sua programação no Orfanato Irmã Albertina.
Na
qualidade de pai que sabe o que representa o amor a um filho, o
incentivo para a vida me foi devolvido. Chico na sua mediunidade
mostrou-me, apesar de toda a experiência e vivencia que pensamos
ter, que meu filho está entre nós mais do que nunca.
Nas
suas mensagens, tenho-o constantemente em meus pensamentos. Busco na
leitura satisfazer minha saudade. Converso e tranquilizo-me
entendendo. Recebi várias
mensagens de meu filho. Surpresas incontidas, alegrias sem conta. Às
vezes penso, como é bom meu Deus, uma criatura como Chico; ele
precisa ficar em nosso meio. Nós precisamos dele, ele representa a
escora, a base sólida que suporta todos os corações em sofrimento.
Descarregamos em suas benditas mãos, as necessidades, e de volta
recebemos a alegria e a realidade dos ensinamentos e verdades de
Deus, a Divina Sabedoria. Chico é e será sempre para aqueles que o
compreendem e compreenderam, a luz que caminha a guiar nossos passos
e corações, alimentando-os na certeza de que o amanhã virá à paz
e alegria de Jesus.
Por
onde eu passar quero agradecer sempre ao mestre Jesus e o seu enviado
ao plano terrestre, o nosso irmão Francisco Cândido Xavier.
(a) Wady
Abrahão
***
Do
livro: Amor e
Luz
Médium: Chico Xavier
Médium: Chico Xavier
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