CONCEITO - A
problemática da morte é decorrência do desequilíbrio biológico e
físico-químico essenciais à manutenção da vida. Fenômeno da
transformação, mediante o qual se modificam as estruturas
constitutivas dos corpos que sofrem ação da natureza química,
física e microbiana determinante dos processos cadavéricos e
abióticos, a morte é o veículo condutor encarregado de transferir
a mecânica da vida de uma para outra vibração. No homem
representa a libertação dos implementos orgânicos, facultando ao
espírito, responsável pela aglutinação das moléculas
constitutivas dos órgãos, a livre ação fora d a constrição
restritiva do seu campo magnético.
Morrer,
entretanto, não é consumir-se. Da mesma forma que a matéria se
desorganiza sob um aspecto
para
reassociar-se em outras manifestações, o espírito se ausenta de
uma condição - a de encarnado -, para retornar à situação
primeira de sua existência - despido do corpo material.
A
vida carnal é decorrência da existência do princípio espiritual e
a vida poderia existir no espírito sem
que
houvesse aquela. Morrer ou desencarnar, porém, nem sempre pode ser
considerado como libertar
-se.
A perda do casulo celular somente liberta o espírito que estruturou
o seu comportamento, quando no corpo, sem a dependência
enlouquecedora deste. Os que se imantaram aos vigorosos
condicionamentos materiais, utilizando a vestimenta física como
veículo apenas para vaso de luxúria ou egoísmo, qual instrumento
de gozo incessante ou do orgulho, na expressão de castelo de força
e de paixões, ante a desencarnação prosseguem vinculados aos
vapores entorpecentes das emanações cadavéricas em lamentável e
demorado estado de perturbação, sitiados pelas visões torpes da
destruição dos tecidos, sofrendo a voragem dos vibriões famélicos,
enlouquecidos entre as paredes estreitas da paisagem sepulcral.
A
vida começa a perecer desde o momento em que se agregam as células
para a mecânica do viver.
Vida
e morte, pois, são termos da mesma equação do existir.
Não
morre aquele que aspira ao amor e sonha com o Ideal da Beleza,
entregue ao cultivo da virtude, no exercício da retidão. Não se
acaba aquele que se entrega à vida, pois que mediante cíclicas
mudanças do tono vibratório o espírito se translada de corpo a
corpo, de estágio a estágio evolutivo até alcançar a plenitude da
vida na vitória estonteante da Imortalidade.
Enquanto
os processos a bióticos são substituídos por novas atividades
bioquímicas, o cadáver passando à fase da desintegração -
autólise e putrefação -, o espírito que se educou para os labores
de libertação encontra - se indene à participação do
desconcertante fenômeno de transformação celular, não ocorrendo o
mesmo com aqueles que transformaram o corpo em reduto de prazer ou
catre de paixões de qualquer natureza.
***
Espírito: Joana
de Ângelis
Médium: Divaldo
Pereira Franco
(a) RONALDO COSTA (O Arrebol Espírita)
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