Na
Terra, tudo é realmente frágil,escuro, ilusório, com exceção do
amor com que nos
unimos
diante da vida.
Poucas
coisas podem retirar do mundo com a desencarnação e, dentre os
raros tesouros que trazemos, a amizade pura é um deles. E, nesses
fios de luz que nos imantam as almas ao mesmo objetivo. continuamos
na comunhão de todos os dias.
Nas
tempestades do coração, conhecemos a grandeza do ideal que nos
sustenta e, com o suave alimento da esperança, obtemos a graça de
prosseguir caminhando...
Quando
já nos despojamos da pesada armadura dos ossos, a dor bem vivida e
bem aceita, iluminada ao clarão da confiança no Céu, está cheia
de uma beleza misteriosa; a beleza dos que encontram o acesso ao
plano superior, por intermédio das lagrimas vertidas sobre o
coração, à maneira de chamas que purificam o espírito
imperecível.
O
sentimento aqui é,antes de tudo, o nosso clima. Se realizarmos o que
o pensamos, pensamos o que sentimos.
Por
mais se acentuem as claridades do grande roteiro, nós, as mães, não
nos sentimos animadas ao grande avanço.Permanecemos na condição da
ave, que deve imitar os vôos, a fim de não perder o próprio ninho.
Os apelos do Alto são grandes e fascinantes. É a missão mais ampla
a convidar-nos o mais vasto raio de ação.
É
o painel dos mundos felizes, que se descerra magnificamente aos
nossos olhos.
São
as imensas sugestões do serviço que nos conclamam a maiores
círculos de atividades.
Entretanto,
a fé, por mais sublime, não nos libera o coração.
Os
filhos são doces algemas de nossa alma. E, por isso, procuramos
viver ao lado de nossos antigos tutelados – os sofredores e os
aflitos – de modo a sustentar-nos ao pé dos entes queridos, que
precedemos na grande viagem.
Difícil
expressar-nos com respeito às nossas esperanças. Todas as mães,
ainda mesmo além a morte, sonham com divinas realizações , para
aqueles que se lhes anexaram ao
destino,
na posição de rebentos dos seus próprios sonhos.
Continuamos
dessa forma trabalhando e amando sempre.
O
prêmio da bondade Divina aos poucos e insignificantes grãos de boa
vontade, que semeamos na gleba do mundo carnal, transcendem o nosso
entendimento.
Em
razão disso, a nossa primeira sensação, na esfera espiritual, é
de acanhamento e vergonha. Reconhecemos que a nossa incúria olvidou
sublimes oportunidades na Terra.
As
faltas por omissão doem profundamente em nosso espírito.
Desejaríamos
voltar e mais fazer, no entanto, o ensejo passou, guardamos na nossa
alma, quase sempre, a atitude do servidor que perdeu a enxada,perante
os dias mais promissores.
Muitas
vezes, teremos a honra de ser condecorado com a incompreensão e com
a dor.
Nossos
recursos cerebrais serão gastos na grande luta. Vermos, de perto, os
monstros da sombra, que nos perseguirão a tranqüilidade.
Peregrinaremos na triste estrada de obstáculos sentimentais, os mais
variados, muita vez, depois de grandes e longas
aspirações,
laboriosamente sustentadas... mas rendemos graças ao Senhor por não
havermos desanimado na luta purificadora.
Quando
encontramos a lama, não receemos. Há Pântanos que fornecem adubo.
Muito
vale a dor pela Causa que esposamos.
Espiritismo
bem sentido e bem vivido é luz que nos compete estender. E quanto
mais extensa se fizer a nossa tarefa, maior será a nossa família,
perante a Eternidade.
Não
nos prendamos aos laços pequeninos com que o sofrimento procura
acorrentar -nos ao campo inferior.
Libertemos
nosso coração, cada vez mais, usando os recursos do Cristo, o Nosso
Divino Amigo.
Não
nos confiemos ao trabalho de discutir a consideração e o
reconhecimento daqueles que amamos na Terra. O socorro de Deus
basta-nos à felicidade pessoal.
Não
acreditemos que a nossa paz venha do concurso dos outros, porque, na
realidade, somente nós mesmos detemos, no centro da própria alma, a
fonte de luz capaz de aquietar-nos o espírito, na senda redentora.
Desdobremo-nos,
no serviço a todos. Somente o trabalho e a caridade são as forças
vivas do Céu a nos ampararem no mundo.
Devemos
infinitamente e a carne é o manto amigo e providencial que nos
conserva a oportunidade de tudo pagar e tudo redimir, em nome de
Jesus, nosso Mestre e Senhor.
Lutemos
servindo, valorosamente, até o fim.
***
Espírito:
Izabel Cintra
Médium:
Chico Xavier
Livro:
Cartas do Coração
(a) RONALDO COSTA (O Arrebol Espírita)
https://www.facebook.com/o.arrebol.espirita
Nenhum comentário:
Postar um comentário