O
que é o pecado, segundo o Espiritismo?
Pecado
é todo e qualquer ato que contrarie as leis de Deus (leis naturais).
Paulo de Tarso, na Bíblia, diz que sem Lei não existe pecado. Isso
quer dizer que à medida que o homem toma consciência da Lei de
Deus, aumenta sua responsabilidade em relação aos erros e
igualmente o rigor em seu próprio julgamento. É somente nessa
transgressão que se resume o pecado.
Qual
a definição, segundo o Espiritismo, de moral e de intelectualidade?
Moral
é um conjunto de princípios que rege a vida dos indivíduos em uma
sociedade. São valores adquiridos pelos homens em suas inúmeras
experiências encarnatórias. A moral sadia é aquela que se
fundamenta nos princípios da doutrina de Jesus que é o modelo maior
de virtude que já esteve no planeta. Reconhece-se o adiantamento de
um povo quando as leis que regem a sociedade são justas e as pessoas
vivem de forma equilibrada. A intelectualidade é o crescimento do
indivíduo dentro do conhecimento científico, no sentido mais amplo
que se pode dar a esse termo. É o saber conseguido pelo seu esforço
pessoal no campo das ciências humanas. O ser intelectualizado,
teoricamente, teria condições melhores de compreender os mecanismos
das leis divinas (naturais). Entretanto, no nível evolutivo em que
se encontram os Espíritos neste planeta, freqüentemente dá-se o
contrário, pois julgam-se doutos e sábios por si mesmos, nada
atribuindo à sabedoria de Deus. Mas haverá um tempo em que os
homens inteligentes também serão sábios (no sentido da
moralidade), fazendo avançar mais rápido a humanidade.
Qual
a finalidade da infância no homem?
A
infância é um estado especial do Espírito encarnado. Nela, o
indivíduo ainda não possui o livre arbítrio totalmente disponível.
É nesta fase que se pode receber os ensinamentos dos pais, sem
refutar. Na infância os sentidos do Espírito estão mais sujeitos a
modificações pelo aprendizado através da instrução e
principalmente do exemplo dos pais. Nos mundos mais evoluídos o
período da infância é menor, pois os seres que ali habitam são
mais adiantados, não necessitando de um período de infância muito
extenso. Na adolescência o Espírito readquire total liberdade de
agir, o que comprova a existência de crianças amáveis, que podem
vir a ser adolescentes rebeldes ou vice-versa. Só iremos saber que
tipo de Espíritos são nossos filhos nessa segunda fase da vida.
O
homem e a mulher são tratados igualmente perante às Leis Divinas?
Se
assim não fosse não haveria justiça. Os Espíritos serão
reconhecidos pelo bem que fizeram, independentemente do sexo, raça
ou condição social que tinham quando encarnados. Reencarnar em
ambos os sexos, serve apenas como experiência para aprendizado do
Espírito. Reencarnando como homem, podem aprender a usar a razão
com maior ênfase do que com o coração, desenvolver atividades que
utilizem maior força física etc. Como mulher poderá aprender a
usar maior sensibilidade e a abençoada maternidade. Não se segue
daí que o homem não tenha sensibilidade ou que a mulher não use a
razão, claro. Se reencarnarmos nos dois sexos, teremos um equilíbrio
entre as duas forças e formas de aprendizado. A Doutrina Espírita
ensina que os homens e as mulheres são iguais perante Deus, e são
dotados dos mesmos direitos.
No
entanto, possuem funções específicas na situação encarnatória
em que se situam.
Por
que existem tantas injustiças sociais na Terra?
Segundo
Allan Kardec, através das instruções dos Espíritos Superiores, a
Terra é um planeta atrasado, de provas e expiações. Portanto,
morada de Espíritos imperfeitos que necessitam de ajustes
decorrentes de sua própria condição espiritual. Não se mandam
pessoas sãs aos hospitais e a Terra é um grande hospital, onde
habitam criaturas enfermas da alma para sua depuração através de
suas experiências na matéria. As
injustiças
sociais são conseqüências do egoísmo e orgulho do homem atrasado.
Com a evolução social e moral da humanidade, o homem aperfeiçoará
suas leis e viverá numa sociedade mais justa e fraterna.
Por
que sentimos antipatias ou simpatias por algumas pessoas que nem
conhecemos?
Tudo
se fundamenta na lei das afinidades fluídicas. Os pensamentos que
emitimos impregnam o ambiente onde estamos e atrai outros que pensam
da mesma forma, assim como funciona como força de repulsão para
quem tem pensamentos contrários.
Nem
sempre as antipatias gratuitas são resultados do passado, como se
costuma acreditar. Portanto somos atraídos para os que nos são
simpáticos e nos afastamos de quem não temos afinidades. Chegará
um dia em que toda a humanidade estará reunida em um único campo
energético de amor e paz, e aí não haverá mais sofrimentos, nem
dores.
O
espírita deve buscar na sua reforma íntima mudar a alimentação,
evitando ou eliminando as carnes de seu cardápio? O consumo de carne
prejudica o exercício mediunidade?
O
objetivo da Doutrina Espírita é modificar moralmente o homem,
fazendo-o melhor em todos os sentidos. A idéia de que o "não
comer carne" contribui para a purificação do Espírito vem das
doutrinas esotéricas. Isso não tem qualquer fundamento lógico e
contraria as orientações dos Espíritos superiores a respeito do
assunto. O que acontece é que a carne vermelha tem uma metabolização
mais difícil que as carnes brancas ou alguns vegetais, tendo o
organismo que despender maior gasto energético para concretizá-la.
O
hábito alimentar ocidental é cheio de vícios e temos que nos
disciplinar para conter os excessos alimentares, que como todo
excesso, faz mal para a saúde do corpo. Um corpo em desequilíbrio
traz conseqüências danosas ao Espírito e vice-versa. Portanto, é
prudente alimentar-se com moderação sempre. Nos dias de atividades
mediúnicas, aconselha-se o consumo de alimentação mais leve para
evitar desgastes energéticos com a digestão e facilitar a tarefa de
intercâmbio, já que em tudo há a movimentação de energias. O
consumo de carne em nada prejudica o exercício da mediunidade. O que
o afeta profundamente são os vícios morais, esses um tanto mais
difíceis de serem erradicados, do que o simples costume de se comer
carne.
O
sacrifício de animais para acabar com o sofrimento de uma doença
incurável ou para controle populacional é certo? Como o Espiritismo
vê esta questão ?
O
sacrifício de animais é visto com naturalidade pela Doutrina
Espírita, tendo em vista a natureza evolutiva do nosso planeta que
abriga seres que ainda necessitam sacrificar animais para satisfazer
suas necessidades básicas de nutrição, por exemplo. Tendo o
sacrifício dos animais um fim útil, não sendo para satisfazer
desejos insanos (como, por exemplo, as brigas de galo, os clubes de
caça etc.), não pode se configurar em delito.
Certamente
que o julgamento da necessidade ou não do ato deve ser baseado nas
leis vigentes estabelecidas, caso contrário o mundo entraria em
colapso por desequilíbrio do ecossistema.
E
quanto aos vícios, de cigarro, bebida ou drogas? Porque dizem que
esse vícios são morais? Não seriam vícios físicos?
Todos
os vícios e virtudes são inerentes ao Espírito encarnado. É uma
incoerência afirmar que o vício do cigarro, por exemplo, é físico
e nada tem a ver com moral. Se assim fosse teríamos que admitir a
supremacia do corpo sobre o Espírito e não o contrário, como se dá
de fato. A razão repudia tal afirmativa. Os vícios são uma espécie
de muleta psicológica das criaturas que nele vivem, decorrentes de
fraquezas em sua estrutura moral. Entregam-se ao vício por alguma
razão e é penoso para elas se desvencilharem dele. São pessoas que
necessitam de auxílio, se assim o quiserem.
Além,
é claro, de adquirir débitos com a lei de Deus, por maltratarem seu
corpo físico, santuário da evolução do Espírito. Os vícios,
quaisquer que sejam, devem ser combatidos e as pessoas que com eles
se envolvem, auxiliadas e estimuladas a se libertarem deles.
O
que acontece quando uma pessoa comete o suicídio?
Os
suicidas são criaturas em débito com a lei de Deus, assim como
todos os que a infringem de uma forma ou de outra. Claro que trata-se
de grave delito e o Espírito sofrerá as penas dessa infração.
Sofrerá as conseqüências de seus atos, que depende muito das
circunstâncias que envolveram a situação em si. Cada caso é um
caso, pois trata-se de individualidades, e não se deve generalizar
como se todos os suicidas tivessem o mesmo destino, em termos da vida
espiritual.
As
experiências de um Espírito nesse campo pode ser completamente
diferente de outro. As leis de Deus são justas e sua justiça levará
em conta os atenuantes e agravantes de cada caso. Evidentemente que
todos experimentam muito sofrimento quando entendem a gravidade do
ato que praticaram. Muitos permanecem presos a regiões astrais onde
estão outros irmãos com igualdade de pensamento, obedecendo a lei
das afinidades. O tempo que permanecem no sofrimento depende da
consciência e da condição evolutiva do Espírito.
Qual
a opinião do Espiritismo sobre o divórcio?
A
Doutrina Espírita nos incita à compreensão de nossas
responsabilidades como Espíritos imortais em experiências
transitórias na carne, que servem para nosso crescimento. Nos
ensina, por exemplo, que estamos juntos com essa ou aquela pessoa
para acertar determinados débitos, auxiliando-nos mutuamente,
através da convivência baseado no amor e respeito mútuo. O
casamento, portanto, é um sério compromisso
que
deve ser cuidado com zelo, na tentativa de viabilizar nessa
experiência o que provavelmente não foi possível em experiências
passadas.
A
freqüência com que os casamentos são desfeitos atualmente é
deveras preocupante.
São
uniões frágeis por conta da imaturidade espiritual dos homens.
Entretanto, a Doutrina Espírita, embora encaminhe o homem para
encontrar seu equilíbrio dentro de seus lares, não condena o
divórcio, pois entende que é uma lei humana necessária, que trata
de separar legalmente o que já estava separado de fato. Mas, deve-se
tentar por todos os meios preservar o casamento, por conta do
conhecimento das leis divinas que é trazida aos homens através do
Espiritismo.
Qual
o papel dos pais perante os filhos?
Em
o Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo XIV, item 9, Santo
Agostinho deixa um verdadeiro tratado sobre as responsabilidades dos
pais na educação dos filhos. São eles os responsáveis pela
condução dos filhos ao caminho reto. Deus coloca em suas mãos a
tarefa de fazer deles homens de bem, mas para isso é necessário que
os pais também sejam pessoas conscientes da grave responsabilidade
assumida. A educação verdadeira demanda exemplificação, pois sem
o exemplo a palavra é vã. Quando se recebe um Espírito no seio
familiar ele vem com defeitos e qualidades adquiridos ao longo de sua
trajetória como Espírito imortal. Diz Agostinho que é necessário
aplicar-se em estudá-los a fim de que se possa extirpar os males
oriundos do egoísmo e do orgulho. Se isso não for feito e esse
filho vier a se perder moralmente por negligência dos pais, eles
serão responsabilidades pela grave falta perante Deus.
Podemos
repreender uma pessoa? A crítica é falta de caridade?
Para
respondermos esta questão, basta que olhemos para nossa vida
privada. Se em nosso círculo familiar alguém se encontra em conduta
inadequada que possa prejudicarlhe ou prejudicar outros, o que
fazemos? Deixamos a pessoa mergulhada no erro para não feri-la com
admoestação ou agimos conforme manda o bom senso, chamando
carinhosamente sua atenção? Seria incompreensível se ficássemos
calados, pois aí estaríamos faltando com a caridade, nos omitindo
vergonhosamente. Assim mesmo devemos agir em nossa vida cotidiana,
pois não podemos ter dois pesos e duas medidas. Podemos sim
repreender alguém, se acharmos conveniente, e isso não configura
falta de caridade. Mas para isso temos que ter autoridade moral sobre
a pessoa em falta, pois nada vale condenar uma falta se ainda a
praticamos. O Espírito São Luís, em O Evangelho segundo o
Espiritismo, no capítulo X, item 21, nos diz: "Conforme as
circunstâncias, desmascarar a hipocrisia e a mentira pode ser um
dever, pois é melhor que um homem caia do que muitos serem enganados
e se tornarem suas vítimas".
Hélio
Marcos Junior
Mensagens,
Ensinamentos e Preces da Doutrina Espírita
(a) RONALDO COSTA (O Arrebol Espírita)
https://www.facebook.com/o.arrebol.espirita
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