Dias atrás, caminhava pelo parque do Cajueiro, na companhia de um dos muitos amigos que fiz desde que cheguei aqui em Aracaju, quando avistamos vistosa oferenda sob o pé de frondosa árvore; nela contendo uma pequena imagem de Jesus, um frango, frutas, pipocas, farofa, charutos e uma garrafa de champanhe. Quando, mais próximo, meu companheiro virou-se para mim dizendo:
- Isso é coisa do “demônio”!
Desejoso de ajuda-lo a se esclarecer um pouco mais, mas, pego de surpresa, sem os elementos que pudesse construir a ideia do esclarecimento, aproximei-me dos objetos de culto iniciando singela prece em nosso favor e em favor do desconhecido autor da oferta. E eis que, na sensibilidade de minha humilde mediunidade, pressinto a presença de caridosos amigos espirituais, vindos para suprir-me nas deficiências de minha imensa ignorância.
Finda a prece, quando enjugava as lágrimas que sempre caem na presença de vibrações superiores, o amigo me fez essa nova abordagem:
Finda a prece, quando enjugava as lágrimas que sempre caem na presença de vibrações superiores, o amigo me fez essa nova abordagem:
- Você não me disse que é “espírita”?
- Sim, meu irmão, eu sou espírita! Mas antes de ser espírita, sou cristão. O que considero mais importante. Por isso, regido pelos excelsos princípios do espiritismo e do evangelho cristão, me sinto no dever de me curvar em respeito a todas as religiões e a todas as formas de manifestação de fé, por saber que aquele que é Pai ouve a todos os seus filhos: o que gagueja e o que fala desembaraçado; o tímido e o que fala desinibido; o leigo e o que fala com instrução. Porque não é a forma como falamos que importa, mas o seu conteúdo, que pode emergir das luzes de nossos sentimentos mais nobres ou das sombras de nossas paixões infelizes.
- Não conheço nada do espiritismo Ronaldo, mas há algo de muito interessante em vocês espiritas. Todos os que conheci me impressionaram bastante. Estou começando a me convencer que vocês são os melhores.
Não creia nisso meu irmão!... Não se deixe impressionar! Creio eu que talvez sejamos nós os piores, pelo tanto que nos foi dado a conhecer e compreender. E se Jesus Cristo nos convocou ao amor e Martinho Lutero a reforma religiosa, Allan Kardec nos convocou a reforma íntima, e temos deixado muito a desejar.
Também, temos muito que aprender com os irmãos das outras vertentes do cristianismo.
Também, temos muito que aprender com os irmãos das outras vertentes do cristianismo.
- O quê, por exemplo?!
- Com os Católicos, precisamos aprender a distribuir obras sociais pelo mundo, nas mais variadas formas; com os Evangélicos, a levar, sem constrangimentos, a tribuna cristã para as ruas e praças públicas; com os Umbandistas, a se expressar na linguajem dos simples, tão usada pelos espíritos de luz que se manifestam humildemente para eles na figura de Índios, Caboclos e Pretos-Velhos, exemplificando o Mestre que, sendo rei, se manifestou na figura de singelo carpinteiro.
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(a) Ronaldo Costa (O Arrebol Espírita)
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