O Arrebol Espírita

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

UMA EXPRESSÃO DE FÉ




Dias atrás, caminhava pelo parque do Cajueiro, na companhia de um dos muitos amigos que fiz desde que cheguei aqui em Aracaju, quando avistamos vistosa oferenda sob o pé de frondosa árvore; nela contendo uma pequena imagem de Jesus, um frango, frutas, pipocas, farofa, charutos e uma garrafa de champanhe. Quando, mais próximo, meu companheiro virou-se para mim dizendo:
- Isso é coisa do “demônio”!
Desejoso de ajuda-lo a se esclarecer um pouco mais, mas, pego de surpresa, sem os elementos que pudesse construir a ideia do esclarecimento, aproximei-me dos objetos de culto iniciando singela prece em nosso favor e em favor do desconhecido autor da oferta. E eis que, na sensibilidade de minha humilde mediunidade, pressinto a presença de caridosos amigos espirituais, vindos para suprir-me nas deficiências de minha imensa ignorância.
Finda a prece, quando enjugava as lágrimas que sempre caem na presença de vibrações superiores, o amigo me fez essa nova abordagem:
- Você não me disse que é “espírita”?
- Sim, meu irmão, eu sou espírita! Mas antes de ser espírita, sou cristão. O que considero mais importante. Por isso, regido pelos excelsos princípios do espiritismo e do evangelho cristão, me sinto no dever de me curvar em respeito a todas as religiões e a todas as formas de manifestação de fé, por saber que aquele que é Pai ouve a todos os seus filhos: o que gagueja e o que fala desembaraçado; o tímido e o que fala desinibido; o leigo e o que fala com instrução. Porque não é a forma como falamos que importa, mas o seu conteúdo, que pode emergir das luzes de nossos sentimentos mais nobres ou das sombras de nossas paixões infelizes.
- Não conheço nada do espiritismo Ronaldo, mas há algo de muito interessante em vocês espiritas. Todos os que conheci me impressionaram bastante. Estou começando a me convencer que vocês são os melhores.
Não creia nisso meu irmão!... Não se deixe impressionar! Creio eu que talvez sejamos nós os piores, pelo tanto que nos foi dado a conhecer e compreender. E se Jesus Cristo nos convocou ao amor e Martinho Lutero a reforma religiosa, Allan Kardec nos convocou a reforma íntima, e temos deixado muito a desejar.
Também, temos muito que aprender com os irmãos das outras vertentes do cristianismo.
- O quê, por exemplo?!
- Com os Católicos, precisamos aprender a distribuir obras sociais pelo mundo, nas mais variadas formas; com os Evangélicos, a levar, sem constrangimentos, a tribuna cristã para as ruas e praças públicas; com os Umbandistas, a se expressar na linguajem dos simples, tão usada pelos espíritos de luz que se manifestam humildemente para eles na figura de Índios, Caboclos e Pretos-Velhos, exemplificando o Mestre que, sendo rei, se manifestou na figura de singelo carpinteiro.
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(a) Ronaldo Costa (O Arrebol Espírita)

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