O Arrebol Espírita

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

EM SERVIÇO MEDIÚNICO


  
Allan Kardec, o emérito codificador do Espiritismo, explicou em termos belos e vigoroso que a mediunidade é coisa santa, que deve ser praticada santamente, religiosamente.

Conquista ético-moral do Espírito no seu processo evolutivo, é imanente à organização perispiritual, expressando-se conforme as necessidades do seu possuidor. Semelhante a outras faculdades da alma, exige cuidados especiais de ordem moral, psíquica, emocional e espiritual, a fim de poder ser ativada e desenvolvida conforme a finalidade a que se encontra destinada pela Divindade.

Instrumento delicado e forte que demonstra a indestrutibilidade da vida, mantém-se como força psíquica libertadora no mecanismo de desenvolvimento das aptidões que jazem em latência no âmago do ser. Ela fomenta os cuidados que devem ser mantidos e trabalhados, tais os procedimentos específicos, como a sublimação do seu portador mediante as ações relevantes da caridade.

Utilizada com sabedoria, é tesouro de valor inestimável pelos bens que propicia no seu entorno e a distância, penetrando nos mais variados painéis do Mais Além, assim como nas mais sórdidas e lúgubres regiões de trevas e dor.

Tais cuidados para adquirir a necessária plasticidade para a ocorrência dos variados fenômenos, tornam-se essenciais para a segurança nas suas manifestações, assim como do seu veículo humano.

Não se é médium em apenas alguns momentos, senão durante todos eles, embora sofra interrupção do seu fluxo e mesmo desaparecimento quando determinadas circunstâncias assim o exigem.

Conhecer-lhe as expressões através das suas manifestações físicas, emocionais e mentais, é dever de cada um que a pretenda utilizar no sentido elevado da sua transcendente finalidade.

Com plasticidade exuberante, dependendo das experiências de outras existências vivenciadas, está sempre em ação, mesmo que sem a anuência do seu portador. Isto porque seu mecanismo de comunicação encontra-se com os receptores ativados, enquanto os decodificam de ondas mentais para exteriorizações gráficas, verbais, ectoplásmicas...

Através das suas incontáveis possibilidades, amplia o seu campo de capacitação com naturalidade, utilizando-se dos campos vibratórios com os quais o médium sintoniza através da mente, dos hábitos, das aspirações...

À medida que o exercício dilui as barreiras da mente, impedindo a captação anímica, as comunicações fluem espontâneas e simples, tornando-se parte normal da existência incorporada aos fenômenos convencionais.

A ignorância sempre lhe tem atribuído ações maléficas destituídas de fundamento. O sofrimento que alguns médiuns experimentam ao exercê-la faz parte do seu mapa de resgates, e se eles observam e vivem a aflição com alegria e consciência adquirem incontáveis méritos e amizades transcendentes que se lhes tornam bênçãos de dignificação.

É natural que ao dar passividade aos sofredores do Mais Além, experimenta-se-lhes a carga de dores que os esfacelam, e, ao diminuí-las, porque se tornam divididas pratica-se a nobre caridade fraternal recomendada por Jesus.

Considera a tua faculdade mediúnica como um sexto sentido para mais significativos empreendimentos morais e de transcendência imortalista.
Não lhe temas as vibrações deletérias que filtra e depura.

Tem em vista que a circunstância de atenuar a aflição dos Espíritos atormentados representa concessão divina para a tua própria iluminação.Se desejas o contato com os anjos, convive com os demônios do roteiro, amando-os e encaminhando-os para a elevação que se lhes faz imperiosa necessidade.

O ser em situação de obsessão, estigmatizado pelo ódio que vem à comunicação através da delicada aparelhagem supereletrônica merece respeito e atenção. Ele está doente, porque não teve força para superar a injunção afligente que o atirou ao abismo da rebeldia e da infelicidade.

Ele necessitava de carinho e foi traído no seu sentimento profundo de honra e de confiança, tinha imperfeições e foi escorraçado sem piedade, anelava por ternura e recebeu açoites e flagelos que o dilaceraram e porque tinha sede deram-lhe ácido para sorver.

Perdeu a confiança na humanidade, deixou-se consumir pelo ódio, é perseguidor, mas é teu irmão necessitado da luz do entendimento para reencontrar-se, para entender como operam as Divinas Leis.

Se aspiras pelo mediumnato, desce aos abismos de sombra e dor onde rebolcam os desditosos e auxilia-os a erguer-se, a ascender, a mudar de atitude mental, portanto, moral também.

Todos experimentam, certamente há exceções, a perturbação post-mortem, resultado natural das consequências dos desregramentos a que se entregavam.

Em alguns, o processo da desencarnação é de longo curso, enquanto noutros se transforma numa áspera experiência carregada de mágoas e de rancores, nos quais se debatem num tempo sem fim, sem um suave luar de esperança.

Torna-te lenitivo para eles.

Faze-te dócil ao seu desespero.

Ama-os como filhos do coração, que se extraviaram e, enlouquecidos, não sabem como encontrar a paz.

Vive de tal forma que, a qualquer momento, embora preservando as tuas obrigações e responsabilidades humanas e sociais, possas estar receptivo ao labor dos Guias e Mensageiros da Luz no trabalho de harmonização dos infelizes.

Preza a tua mediunidade, poupando-a aos choques da perversão mental e da vulgaridade dos relacionamentos infelizes.

Quanto mais puderes, não cesses de intermediar o amor, levando ao desesperado a tua contribuição de solidariedade fraternal, e mesmo que te sintas perseguido, com noites indormidas, enfermidades simulacros, aflições de todo porte, alegra-te por seres médium a serviço de Jesus, tornando a humanidade melhor e mais feliz.

Jesus nunca se escusou de auxiliar. Até mesmo quando foi convidado ao holocausto na Cruz, perdoou a massa obsidiada por forças infelizes da Erraticidade inferior, na condição de Médium de Deus e transformou-a em asas para alçar-se ao Infinito.

***
Pelo Espírito Joanna de Ângelis.

Psicografia do médium Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica de 25 de abril de 2016, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.



(a)  RONALDO COSTA (O Arrebol Espírita)

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