O Arrebol Espírita

sexta-feira, 20 de março de 2015

JOHN RABE – Um Nazista do Bem.


Em 1937 as tropas japonesas atacaram Nanquim, a então capital da China. Depois da tomada da cidade, o exército japonês, em um autêntico genocídio, assassinou mais de 250.000 residentes civis chineses. Execuções em massa, pessoas queimadas e enterradas vivas, decapitações, violações, roubos, incêndios e outros crimes de guerra. Contam que os oficiais japoneses competiam entre si para ver quem assassinaria 100 chineses primeiro.
Antes da tomada de Nanquim, muitos estrangeiros ocidentais moravam na cidade, a maioria deles por assuntos comerciais. Também ali podíamos encontrar um amplo número de missionários, mas a maior parte dos estrangeiros fugiu para seus respectivos países, exceto 22 pessoas. Uma delas era John Rabe, um homem de negócios alemão, admirador de Hitler, membro do Partido Nazista e representante da empresa Siemens na China.
John Rabe, horrorizado pelas atrocidades cometidas pelo exército japonês com a população chinesa de Nanquim decidiu ficar ali para dirigir e organizar, junto com o resto de estrangeiros que também ficaram, uma zona de segurança desmilitarizada que foi denominada "Comitê Internacional para a Zona de Segurança de Nanquim", estabelecendo uma "área segura" na cidade de ao redor de 7 quilômetros quadrados.
Fazendo se valer de sua condição de nazista e, portanto, de aliado do Japão, conseguiu um acordo para que as forças japonesas não atacassem aquela parte da cidade. Desta maneira, e resultando um feito terrivelmente irônico, hasteou bandeiras nazistas nos limites da "área segura". Estas bandeiras marcariam toda a zona e a protegeriam dos bárbaros abusos das tropas japonesas.
Graças a sua constância e esforço para que os japoneses respeitassem o estatuto de extra-territorialidade da zona conseguiu albergar e salvar as vidas de mais ou menos 200.000 chineses que, de outra maneira, teriam sofrido as crueldades cometidas fora do território de segurança.
Seu diário, com mais de 1.200 páginas, compendiado no ótimo "The Good Man of Nanking: The diaries of John Rabe", é uma prova concludente do que ocorreu ali:
"Eles continuaram violando as mulheres e as meninas e matando os que ofereciam resistência, os que tentavam fugir ou simplesmente os que se encontravam no lugar equivocado. Durante suas ações, não faziam nenhuma distinção entre adultos e crianças. Meninas menores de oito anos e mulheres maiores de 70 anos foram violadas e depois, da maneira mais brutal possível, golpeadas e assassinadas.
Qualquer um podia pensar que aquilo era impossível, mas a violação de mulheres ocorreu inclusive no meio de nossa zona. Somos poucos estrangeiros e não podemos estar em todos os lugares durante o tempo todo para protegê-las.
Éramos impotentes em frente a estes monstros que estavam armados até os dentes e que disparavam em qualquer. Só tinham respeito por nós os estrangeiros, e mesmo assim quase fomos assassinado em várias ocasiões.
Seis japoneses treparam no muro do jardim e tentaram abrir as portas da casa. Só pararam quando lhes mostrei a minha suástica em frente a seus olhos. Tenho visto tanta gente morta nas últimas semanas que já quase não me surpreendo ante tanta barbárie.
Um homem não pode guardar silêncio sobre este tipo de crueldade!"
John Rabe, uma espécie de Oskar Schindler da China, ganhou o respeito e o carinho daqueles sobreviventes que lhe apelidaram de "Buda alemão" e "bom alemão de Nanquim".


(a) O ARREBOL ESPÍRITA (Ronaldo Costa)

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