FRUTO PODRE
Fora
pomo disputado, mas estava podre agora.
Transeuntes,
ao darem com ele, torciam o nariz.
Censurava-se,
à meia voz, a quem havia deixado ali, na rua, semelhante imundície.
Fruto
podre gera podridão — diziam homens prudentes.
Mulheres
que passavam referiam-se a desleixo.
Crianças
aproximavam-se e tocavam-no, de leve,
para
atirarem com ele, de novo, ao chão, com desprezo evidente.
Nem
os animais se sentiam tentados a incluí-lo na ração.
Mas
veio o lavrador e tomou-o com bondade. Cortou-lhe os envoltórios, dissecou-lhe
os tecidos e apanhou-lhe as sementes, vivas e puras, internando-as no solo...
E,
em pouco tempo, árvores vigorosas, nascidas do fruto menosprezado, erguiam-se
da terra, carregadas de flores e frutos nutrientes.
*
Nossos
erros são também como frutos podres.
Vezes
e vezes, quem passa olha para eles com ar de repugnância.
Quem
os analisa, quase sempre amaldiçoa ou reprova.
Mas,
se lhes buscarmos as lições ocultas, que existem quais as sementes nos frutos
deteriorados, com elas construiremos caminhos outros no rumo da perfeição.
Todos
somos lavradores da terra de nós mesmos.
E
a cultura perfeita de nossas experiências e destinos pede também que plantemos
e replantemos.
***
Espírito: Valérium
Médium: Waldo Vieira
Livro: Bem Aventurados
Compilado por: r.s.durantdart
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